E só me apego a essa tímida lembrança
Na esperança de quem a vidas não cantava.
Rimas espaças de um desejo rancoroso.
Peço-te e ouço numa muda palavra
A confissão de quem só pôde sucumbir
Às minhas flores, minhas desvairadas somas
De canções tenras, sem juízo, inconseqüentes
E assim levo, enfim, outra eternidade
A convencer-te que a nós se guarda um destino
E não adianta contemplar a tarde sem tua companhia
Pois por tua causa, eu e ela estamos assim, sem brilho
E mesmo que hoje, o meu cordão só reflita a nossa paixão
Na falta de um chão, de uma imensidão, de uma luz
Tudo o que é sagrado e que me conduz
É essa cumplicidade distante que me beija os ouvidos
Agarrada em meu pescoço, reluz em meu peito
Uma velha lembrança sem valor material
Mas que tem o apreço de minh’alma.
Porque quando rezo pra ti, me elevo às nuvens
Em um amor maior que nossa ingenuidade.
Contudo por mais que haja um reencontro
Findamos sempre ressentindo a saudade.