Seqüestre-me
Preciso de um pouco de ternura
Nesse tempo quente sem ventura
Mesmo que toda indelicadeza seja verdade
E precise ser dita
Mesmo que se perca o que se acredita
Para reencontrar o sabor das palavras que nos circundam.
Eu sou o temor de teus lábios
A altura infinita de teu desejo
A queda do teu ego
E uma porção de gestos, assim falando baixo
Tímidos e temidos
Cínicos e cíclicos dessa mesma história.
Tenho na testa o lunário de uma vida
O mapa de nossas almas
A cruz de nosso trajeto
A promessa que lava a fonte
Os dedos que apontam o monte
Os olhos que vêem o medo
E se viram em tua salvação!
Por amor, e um corte me sangra o peito
Repito, por amor, e a faca me cega a língua
Gemendo, eu grito!
É assim que sempre fui!
E assim serei e digo
Com ou sem esses sonhos me acordando!
Eu canto e danço as vistas de Deus,
E sou um pecador por assassinar teu medo?!
Sem piedade, a sangue frio?!
Seqüestre-me
Preciso de um pouco de ternura
Nesse tempo quente sem ventura
Mesmo que toda indelicadeza seja verdade
E precise ser dita
Mesmo que se perca o que se acredita
Para reencontrar o amor das palavras que nos circundam.