As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Desconcerto

Fomos,

Foram,
Mil sonhos
Mil beijos
Mil brigas
E D esejos
Ontem,
Um desconcerto
Um desencontro
Ou um sorriso pronto.
Hoje
Só contos
Sejam-os um ou infinitos cantos,
Em mil palavras,
Ou num silêncio,
O desencanto
Do amor se recompondo
Em qualquer forma de amizade.
Até porque, levemos em conta, que até canto,
Mas, não sei, nunca conseguí
Aprender a contar
Saudades.

Voando Baixo

Na frieza da manhã
Encontro-me (cinza) no asfalto
Com as asas arrancadas
E as idéias espalhadas ao chão
- Quebraram o protocolo da vida!
Invadiram meu céu!
Roubaram minha liberdade!...
Atropelaram meu canto, meu sorriso.
E o meu destino espatifou-se comigo!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Amor de ontem

Por mim estaria tudo bem
Mas esse cheiro aborrecido
De saudade apodrecendo
Incomoda-me.
E eu não mais comerei
Lembranças estragadas
Mentiras mal lavadas
Mesmo na fome de ti
Na sede de ti
Nu desejo.
Seco.
Só.

Sóbrio

Responsabilizo os dias, sóbrio
Por essa loucura apaixonante em que anda minha vida
Declamo e beijo beijos, com sabor de sorrisos,
E observo os olhares atravessados
Atraversando na esquina.

São miragens essas imagens do destino
Feitos nuvens a revoar pelos céus em tempestade
Como crianças a flutuar e brincar de felicidade?!

No cangote do ridículo, vou como uma criança boba
Gritando uma frase ingênua, consentida, sem maldade...
E lembro do futuro, daquela tarde em que senti
O perfume das rosas costuradas na tua saia,
Realçavam a cor e o cheiro de tuas coloridas ex-mágoas
Ainda não sentidas

Quando esse vento arredio te percorria as pernas e assobiar
Essa canção plagiada de um velho amigo sem lembrança
Te trazia todas as recordações necessárias para a felicidade
O agora, o sonho, o carinho
O sentimento e a realidade.
Tudo isso num só, eterno, suspiro!

E vôo e sôo, numa ingênua canção
Perigosamente simples,
Com toda boa vontade
Que ainda resta no mundo.

Então reflito, num devaneio leve e profundo:
(Pensando alto em sua presença,
Na cena que antecede o reencontro)
- Por onde andava meu coração por todos esses segundos?!

Meu sonho era te realizar!

Dance comigo?!
Tenho uma flor nos dentes
Um trovão nos olhos
E um doce na língua

Cantemos essa canção nas nuvens
De almas suspensas no azul
Em uma tempestade de tranqüilidade
Só nós e as estrelas na timidez do dia
Com uma renovação a cada suspiro

Conheço-te bem,
E sei que tuas mãos me tocam diferente
E eu transpiro acordes enquanto dormes em meus braços,
Segura da felicidade inventada por nós
Realidade que tornou-se sonho
Sonho que não queria deixar de realizar.