As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 22 de março de 2008

Penitência

Minhas carnes estão todas expostas.
O autoflagelo rompeu meu corpo
E rasgou minh’alma em transe

As vésperas de um novo sonho
Entôo cantigas aos deuses:
- Coração santo tu reinarás
E o nosso encanto sempre serás

Dores!
É isso que rezo
Mas não desprezo hoje o teu desamor
Prezo o meu céu que eu mesmo invento
E os deuses, os santos, os anjos e as almas
Penando existir.
Eu sinto.

Por uma questão de vento

Ainda estás magoada?
Se não estás
Estas palavras estão!

Lavra meu peito com tuas unhas
Tuas unhas de arado
De arame farpado
Teu fardo
Tua impaciência em farpas
Acordes de arpa que me penetram a carne
Me arde os olhos,
E teus olhos
Arranhando minha solidão
...
E por uma questão de vento
Não me vês, nem te vejo
Ciscos nos nossos desejos
Cegos, não vemos as flores
Mas, há um perfume
E nós sentimos
Nos sentimos enquanto vivos
Não?!

Realizam-se,
Vivos os nossos sonhos
Cada um com seu cada qual
E o que escrevo te beija a boca
Deixa-te louca
Deixo-te rouca
Mas não te deixo
Não?!

Ainda estás magoada?
Se não estás
Agora,
Apenas estas palavras estão


segunda-feira, 10 de março de 2008

Eu queria beber
Do teu beijo
Dormido
E guardado
Nos teus dias cantando
Do amor
Na sexta-feira santa
O pecado
Da reza
O percalço
O assobio
Noturno
Atrevido
O chamado
De longe
Respondido
Do carinho
O cheiro
Re-sentido
Do sentido
Que teu sentimento
Me deu

E que doeu!
E já que doeu
E hoje eu sinto
(Cantando) Eu sinto!
Muito...

sábado, 8 de março de 2008

Te perdoando a mim!

Eu fiquei encantado com tua luz
E agora só te vejo na lua cheia
Com a voz do vento cantando nas arvores
Andando e ouvindo o som das cores...

Sete vezes acertei teu caminho
Para só então te reencontrar
E viver como um felino
Vadiando os dois mundos
No fundo dos olhos
A te espreitar

Hoje ao ler o céu
Entendo tuas fases
E escrevo tuas frases em mim

... vôo no meu destino.

Seguirei a espiral
Nas vidas, os dias as estações
Mil vozes numa só, canções
Harmonias temporais, melodias em trovões
Tempestades pra lavrar meus olhos

Assim, posso (me) sentir melhor (nas) tuas palavras
E dizer o que sei sobre a vida
Dos que vivem e morrem da poesia, inconsciente.

O livro do amor, saudade e reencontro
Escreve-se com as coisas boas e ruins
Não me importo mais com os fins
Justificam, os meios, toda simplicidade
De sorrir e chorar, da necessidade
Pra se conseguir qualquer mínima evolução.

Hoje ao ler o céu
Traduzo tuas frases
E entendo tuas fases em mim

sexta-feira, 7 de março de 2008

Qual o teu signo?

E eu que sempre fui tão honesto comigo mesmo, o que dizer?!
Saudade de algo em que nunca vivi?
Um amor tão complexo de singelo
Verbos impronunciáveis por nunca serem o bastante
Vontade de correr as sete léguas do teu corpo em desencanto
Na hora exata em que a manhã se despir do dia
E eu me despedir de tudo o não que poderíamos ser.

Por uma questão de espaço, tempo e saudade inexplicável
A cor dos meus olhos sempre acesos às tuas candeias de luz
Vagarão como uma imaginação confusa e inquieta
Da direção do incontrolável desejo que você me despertar
Sedento por teus versos assim tão íntimos
Em uma vontade de te abraçar e provar do teu signo
Reinventando a lógica dos nossos ascendentes
No silencio que meu beijo te dará!

Sim menina, sou capricorniano.
E você?

quarta-feira, 5 de março de 2008

Livre arbítrio

Eu não sabia o que era aquele sentimento
E fiquei domado pela sua divindade
Tomado por um êxtase de medo e fascínio!
Perdido as contas
Perdido as pistas
Perdido a luta
Eu havia ganhado poder sobre sua força
E mesmo prezo àquela grandeza
Eu me sentia no comando dessa história
Que vivo e escrevo
Morro e descrevo
Como apenas uma das inúmeras vezes em que nos digladiamos
Entrebeijos com o destino.

Hoje reflito sobre nossa existência
E lembro do meu livre arbítrio.

Eterno amor passageiro

Esse teu desleixo de mim
Agride-me enquanto inbelo!

Torno a ser uma vontade qualquer
Uma necessidade comum
Como pintar os cabelos ou as unhas.
Fosse eu um desejo de sorvete, ao menos!
Um mousse de limão segunda à noite
Um doce de comer até enjoar...
Não essa saudade ruminante!!!

Bem, ao menos assim, eu me ensino a ser especial!
A ser flores nos momentos aparentemente sem importância!
(Pois flores especialmente é óbvio)
Ser um presente num dia inesperado
Uma canção que nasce na condução
Em um pensamento distante
Em um olhar pra alguém que me leia...

- Você! Isso! Você que me lê!
Eu me alheio a ti
E depois te mostro o que findei nessa reciprocidade
Enquanto não te olhava com os olhos.

Pela janela eu não via apenas a tristeza do mundo
Eu te sentia e meus sonhos comandavam minhas mãos
Oh! Meu novo e eterno amor passageiro!
Eu desesperadamente te beijava em palavras!
E sonhava com dias melhores...