As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Da mudes e dos gritos

Ela tem os meus segredos
Contei todos no pé do ouvido
Antes, durante e depois dos pedidos
Dos sins e nãos, confundidos

Ela sabe de tudo, de todos
Os meus nexos com o infinito
Da mudes e dos gritos!
Da hora passada e aflita,
Da alegria sóbria e bendita
De toda a história
Que não jurei nem desmenti.

Inventava tudo pra te agradar.
Era o que eu sabia fazer, cantar.

Francisca foi cega, surda e muda
E numa viagem pra o maranhão
Relembrou de tudo e assim ficamos, claro,
Ela tinha aquela mesma sensação
Que ao voltar tudo seria diferente
Corpo, mente e coração
Soando, incandescentes.

Que saudade desse tempo!
Vou me banhar em tua saliva
E usar a camisa verde oliva
Que tu me deu quando voltou
Daquela viagem pro Maranhão

Ela tem os meus segredos
Cega, surda e muda
Ai! Francisca, minha boneca
Ai! Francisca, minha princesa.
Tudo muda de lugar
Mas nosso amor não muda,
Canta! Grita! Esbraveja!

Quero te ver e ouvir
Te abraçar e cantar
Nossa grã-felicidade
Do Maranhão à saudade
Do meu silêncio à você
Um xote, um reggae
Um rock, um Iê, iê, iê!

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