As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 2 de agosto de 2008

Entrelendas

E tu, cunhã
Qual mesmo é tua alcunha?
Essa mascara que te veste pertence a qual tragédia não escrita?!

Se eu adivinhasse tua graça
Tu acreditarias que seria pela óbvia semelhança
De você com uma flor, uma rosa, um harbor
E que me a-sombra nessas horas em devaneio?!

... Nas brincadeiras de Reis
Em cantigas e trupés que te encontrei

Óh índia entremês das noites inteiras bailadas!
Óh menina transvestida de sonhos e simbologia ancestral!
Óh meu Cariri de saudades...

Renova minh'alma com o teu poder de cura
Sacia minha sede com teus beijos e seios de mãe d'água
Em todas as luas, antepassadas, presentes e futuras
Coroa minha noite com tuas canções incansavelmente belas
Brinda minhas manhãs com o despertar em teu aconchego
Castiga minhas tardes com uma pequena e ávida ausência tua
Pra só então re-tornar e re-voltar e a-calmar, meus braços
Com a força das aguas de tua natureza
Na presença cósmica de teu feminino inumano
Renascida dos capuchos de algodão dos
 meus sonhos.

Nas próximas horas,
Ao pôr do sol,
Ao som de píferos-pássaros

Nosso amor sagrado desencantará,
E reinará sobre esse mundo, em abundância!

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