As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Bandeira Verde

Se foi a manhã.
Ja é detardezinha,
Daqui a pouco anoitece.
Está em tempo, os astros
Observo o firmamento.
Sigo em conjunção, em oração
Em minha natureza.
Me afasto um pouco
Hasteio bandeira verde
Demarcando a solidão necessária
Fico em silêncio, introspecto
Sintonizo com o mundo
Da forma mais clara e precisa
A candeia divina me ilumina o externo
Por dentro reencontro os anseio e desejos
Encaro as coisas que me foram colocadas, muitas delas escolhidas
E entre uma lenta respiração e outra, o orvalho da floresta
Sons de maracas, zabumbas e tabocas
Meu povo se aproxima, a reunião está começada.
Falamos da saudade, e sorrimos,
Pois sempre sabendo do reencontro.
As mãos que tocavam, os rostos que tocavam, as canções.
Os pés que dançavam, os corpos que dançavam, as canções.
Amanhã estarei no presente novamente.
Hoje é passado e futuro.
Salve.

Caminho

Vá!
Leve, consigo, as coisas daqui, não as deixe pra trás!
Carregue o tempo necessário pra mudança
Monte um vento em direção ao alto!
Faça de contas um rosário de sentimentos
Traga-o sempre perto do coração
Assim, lembrarás que o inicio e o fim
São apenas coadjuvantes do todo
O meio, o processo, a vida agora
É o que é importante
E simples
Como brincar
Feito crianças

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Felicidade

Num tango ethereo,
Ao som das luzes celestes,
Trago uma flor nos dentes pra ti!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dúvida

Agora a pouco senti falta de algo que não sei
Que desconheço? Inadimito?!
Uma coisa essa estranha
Ancestralidade?
A voz do infinito?
Ouço o som do tempo passando em minha mente
Talvez seja você simplesmente
Me falando ao pé do ouvido
Talvez seja eu mesmo
Imaginando, substanciando
Surtando, na abstinência de ti
E eu não sei se canto uma canção pra você ficar
Ou se bato um tambor pra você partir.

Sina de Tocador

Foi no Cariri que eu nasci e me criei
E bem novo eu botei na cabeça: - Eu vou tocar!
Eu tive que lutar pra poder se tocador
E a vida me ensinou a ouvir tudo e cantar

A minha sina é a sina nordestina
É o verso, é a rima do meu canto popular
E o cantador que não esquece sua gente
Sempre leva em seu repente o valor de seu lugar

Posso até ser um cantador sem muita sorte
Mas se a vida fez um corte no meu peito penitente
Trago essa dor e a canto com alegria
Essa é a sabedoria que ilumina o meu presente