As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 2 de outubro de 2011

Sonho

A pouco
Levantei num susto! Havia cochilado...
Olhei pra o relógio, vi que estava atrasado.
Fui, arrumar-me pra sair, era uma noite especial.
Tudo estava perfeitamente anormal.
Banhei-me,
Lavei os cabelos,
Escovei os dentes
Vesti meu traje mais belo
Calcei meus sapatos novos
Coloquei meu melhor perfume
Fui até a sala, e peguei minha cartola, a bengala
No espelho, conferi meus cuidados com esmero
Percebi que estava faltando algo...
Olhei bem, virei de costas, de lado, conferi o hálito, o desodorante,
Apalpei a gola, revi as mangas, franzi a testa, sorri forçado... estava tudo ajustado...
Mas, ainda faltava algo...
Pensei um pouco.
Então descobri! O tempo todo não estava na minha cara. Era tão óbvio...
Faltava meu corpo,
Eu o deixei em sua casa, essa noite passada, entre nossos sonhos
Vou cuidar de busca-lo, enquanto ainda durmo.

sábado, 1 de outubro de 2011

Agora estou na estrada
Não sei até quando
Nem se, terá, será, um fim
Mas mesmo quando não estou, eu sôo
E vivendo vôu, assim
Seguindo a caminhada
Da estrada que está em mim

Ilusão Sonora

Não se engane,
Esses olhos quase
Ou nada vêem!

A luz refletida em teu corpo sonoro,
Toca-me mais os ouvidos e coração
Me iluminando os sentidos
Na velocidade do sonho,
E não nos transformaria em nada
Que não pudéssemos existir aqui
Nesse plano. Nesse meio, tempo.
Mesmo que mudemos tudo de lugar
Pedras, águas, ventos. O fogo transformador...

Palavras e idéias
Vividas, pronunciadas
Sentidos diversos
De versos sentidos
Incontidos,
DeCantados

Em meus poros
Em tuas narinas
Minhas premonições
Teus instintos,
Felina.

Não nos des'enganam, os sentidos?...
O que é meu, o que e seu?
O que ficou desencontrado
No espaço-vento, intocado
Entre o meu corpo e o teu?