As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 27 de novembro de 2011

Alma de Flores

Pela janela do meu apartamento
Acabou de entrar um vento
E era o cheiro do quintal de minha casa
Num sopro de lembranças da minha infância
Ouvi a voz do meu pai me chamando ao trabalho
A voz de minha mãe me chamando pra comer
Os gritos de minhas irmãs e irmãos em algazarra
Misturado-se com os sussurros dos vizinhos
O som dos sinos, das antenas, das sirenas, das luizinhas
Meus inventos e magias
Em uma tarde em desencanto
O Juazeiro em romarias
Me senti meus filhos...
Brincando.
E se foi o vento
Mas o meu pensamento
Como que no futuro
Lembrando o passado
Ficou num perfume
Para sempre presente
Algo parecido com alma de flores
Ou seiva de alfazema

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