As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Corpo x alma

A luta é pra libertar-se do que nos prende à liberdade
Ou para prender-se ao que nos liberta da prisão

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vem aqui, vem!

Foi tão magico, beirando a irrealidade.
Pensei até estar desacordado
A felicidade dançando nas mãos,
O desejo nas unhas e dentes.
Tua alma estava ali, nos olhos, sorrindo,
Como dizem os poetas.

Acordado, te ouvia dizendo que estava apaixonada
Ao mesmo tempo, sonhava, me tocando que era realidade
Porque de mim? Eu? O que dizer? Estava tudo perdido...
Havíamos nos reencontrado,
Estava dominado.
Meu semblante deve ter me entregado
Eu estava feliz, claro, e intrigado, eu, apaixonado...

A falta de voz, as pernas bambas, o suor frio e o olhar, perdido
Não eram fuga, nem medo, nem falta de vontades explodindo.
Era a timidez, matuta, menina, sentida, dando seu ultimo suspiro
Se despedindo, antes de ir embora,
Estava tudo perdido, agora!
Você havia me achado...

E fiquei assim pensando
Enquanto recebi sua flor:
"- Nossa! Como é bom ter alguém
Pra gente chamar de meu bem
E dizer: - Vem aqui, vem!
Meu amor."

Bricando Quilombo

Mais uma vez eu vim brincar
E meu reisado ta é preparado
O figural ta ensaiado
E os trajem tudo enfeitadim!
Vou bailar sou reis-menino
Guerrear, cantar divino
Valsa, baião, marcha e tombo
Aí vem mascarado! Chicote estrondando
Treme-terra é, meu reisado em quilombo!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A mente feito um Abajur.
Oferecendo ao olhos o subsidio da boca,
Rompendo o descanso da morada da lingua!
E o que digo é sentido como candeia
Em um canto escuro,
À meia luz, numa suave penumbra.
Sonhando a boa nova
Num sentimento crescente
Ou numa saudade minguante
Em minhas idéias de lua cheia...
Reflito, É tua, a luz que emito
As cores que canto
As flores também
Em cheiros, palavras,
Espinhos e outros prazeres
Desenhados pela casa
Na sala, no quarto, na cozinha,
Se antes era apenas tua, essa morada
Ao seu convite na madrugada
Essa noite ela também será eternamente minha

Futuro

Mas como eu gostava de ti
Da forma como cantava
Quando te via atuando
Quando mulher, mininava
Humildade era teu nome,
Alegria o teu sobrenome
Era isso o que me apaixonava

Mas agora, o tempo passado
E a vida tão séria, seguindo
Te vejo e não te reconheço
O tempo foi te reprimindo
Tudo bem, crescer tem seu preço
E custou-lhe todo o meu apreço
E saudade também vai se indo

Poderias ainda ser tudo isso, lhe digo.
Pois que envelhecer de algo nos serve
Aprende-se a levar tudo de bom consigo
Pois na alma, cabem, infinitas flores
E no coração sempre nos sobra verve
Pra rimarmos amigos e amores
Em meio a sonhos e dores
E tudo mais que viver nos reserve,
Tudo que tivemos, vimos, vivemos
Foi, passou, mas, ficou guardado.

Não queria te ter no meu peito
Como aquela que foi criança,
Tão linda, mulher, em meu versos e traços
Mas que passou a andar pedante
Ainda que tão bela, mas desinteressante
Perdida de mim, do sem-fim dos meus laços.

Não, não te quero assim
Prefiro ignorar a lembrança.
Mas se quiseres a mim,
A única maneira, enfim
É me levando, e devolvendo
A esperança

Enganado

 
Depois de tanto cantar carnavalizado
Pensei: - Preciso agora de silencio, enfim
Mas logo percebi que estava enganado
Porque o silencio é quem precisa de mim.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Transgressão

Fico lembrando de você criança
O mesmo jeito ranzinza
O olhar sério com leves sorrisos esparsos...
O orgulho bobo um tanto irritante
Mas eu lhe conheço. E mesmo que não,
Sinto seu amor, e vejo suas cores
Sei de suas dores,
E te entendo, respeito
Admiro, admito,
Respiro, suspiro,
Me inspiro.
Como uma velha marchinha eu habito
O carnaval que transgride em seu peito.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Metrópole

Os sons da metrópole me instigam, inspiram, provocam
Mas também me distorcem a consciência, me consomem a paciência.

Os cheiros impregnam, viciam, entorpecem, tonteiam, invadem, expulsam, adentram os poros, numa fumaça perdida, parida das máquinas que sustentam um medo.

Os olhos daqui, não são diretos, os olhares contraditórios, não são discretos.
De certo, procuram desejos fluindo desesperados, de um receio não acordado, entre os vãos dos precipícios e dos delírios modernos.

A pele, e os cabelos estranham. Uma insegurança que se solidifica nas entranhas, mas insustentavelmente logo perdem a consistência.
O que há além das doenças, das fobias?!
Aqui quase não há arvores, e as poucas que existem mal falam pela voz do vento.
O pensamento se entrelaça com os desperdícios e nas tempestades de idéias,
O que insiste, existe. Não estou certo... Mas, prefiro correr o risco sem cometer o suicídio dos incertos.
Observo enquanto canto (e quase rezo) os que se arriscam numa verdade metamórfica demais pra ser algo errado.
Assim toda passível impressão sonha ser poesia,
Mas como, numa realidade concreta, um desejo racional, pode ser, sentido?!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carnaval

Senti teu gosto no beijo da outra que te beijou o outro que me beijou a outra que me beijou a boca que te beijou em mim.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tempo


Hoje quando era criança, depois de aguar as plantas do quintal, eu deitava no chão e ficava me banhando ali, jogando o jato d'água pra o céu, fazendo a minha chuva! Num desses dias de muito sol, descobri que tinha o poder de fazer arco-íris. Eu me achava um grande mágico! Ontem adulto me veio essa lembrança. E eu guardei essas cores pra além dos meus olhos. No amanhã. Agora. Quando renasço

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quem sou eu?!

De que adianta fingir?
Esquece que te conheço?!
Sei que esse sorriso é falso.

Não precisa se enganar.
Claro que ha algo estranho!
Entre nós, e o que somos,
O que desejávamos ser
O que nunca fomos
Inúmeras as vezes
Que tentamos.

Mas isso nunca mudou os nossos desejos,
Não diminui as nossas vontades
Não tornou verdade, nossas mentiras
E infelizmente, também,
Não tornou mentira, nossas vaidades...

E assim, eu não, eu não tenho opção
Nem tu, na tua, em tua solidão
Merecemos isso, não?
Mesmo que discorde,
Não sei mais quem tu és
Mesmo que concorde,
Não sei, mas...
Quem sou eu?!
Pra te negar meu sim?

Joana Madrugou II

Esparrama-se pela existência
Domina os olhos, inocente
E expõe meu sorriso

Arrebata-me os sentidos
Através das teclas
Das cordas
E harmônicos

Nos deixa em transe
Em sons em sonhos.
Os seus encantamentos
Que me são um prana

Propagam-se pelo tempo
Os arpejos de luz transcendentes
Num prisma sonoro que emana,
Da beleza delicada de Joana,
E suas mãos incandescentes!

Sem com paixão

Não me leve a mal, me leve
Não me entenda mal, entende?
Não mude de assunto, mude
Não tente fugir, fingir, vá de encontro
Não se faça de boba, se faça
Não levante a voz, levante, cante, grite, faça canção sua mágoa!
Não apenas chore, lacrime, orvalheça, nessa terra árdua
Não contemple o céu sem ver o tempo
Não voe assim, sem sentir o vento
Não seja tola, não
Todo caminho sem direção é loucura, sabemos
Mas e daí?! Quem você procura, além si? De mim?! Teu silêncio não, é um sim?!...
Sente, sinta, pense, sem fazer suspense, se for preciso minta
Segue tua ilusão, me siga, me cegue!
Teus sentidos passam por mim, e tua alma enxerga, meu coração, sereno, celeste
No hemisfério sul ou nordeste.
E entre nós, que qualquer negação, nos afirme
E seja um degrau de evolução
Uma pedra no caminho
Uma flor, um espinho
Um amor, um carinho
Sem
Com
Paixão