As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Futuro

Mas como eu gostava de ti
Da forma como cantava
Quando te via atuando
Quando mulher, mininava
Humildade era teu nome,
Alegria o teu sobrenome
Era isso o que me apaixonava

Mas agora, o tempo passado
E a vida tão séria, seguindo
Te vejo e não te reconheço
O tempo foi te reprimindo
Tudo bem, crescer tem seu preço
E custou-lhe todo o meu apreço
E saudade também vai se indo

Poderias ainda ser tudo isso, lhe digo.
Pois que envelhecer de algo nos serve
Aprende-se a levar tudo de bom consigo
Pois na alma, cabem, infinitas flores
E no coração sempre nos sobra verve
Pra rimarmos amigos e amores
Em meio a sonhos e dores
E tudo mais que viver nos reserve,
Tudo que tivemos, vimos, vivemos
Foi, passou, mas, ficou guardado.

Não queria te ter no meu peito
Como aquela que foi criança,
Tão linda, mulher, em meu versos e traços
Mas que passou a andar pedante
Ainda que tão bela, mas desinteressante
Perdida de mim, do sem-fim dos meus laços.

Não, não te quero assim
Prefiro ignorar a lembrança.
Mas se quiseres a mim,
A única maneira, enfim
É me levando, e devolvendo
A esperança

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