As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 26 de junho de 2012

Pensando agora
Depois de tudo passado
Continuo a me confundir
Não sei se foi melhor sentir
A leveza ou o aperto do abraço

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Seu Nome

Eu contava com a necessidade da presença
Voltando as vistas nas fotografias que ficaram
Mas claro, sua essência estava comigo, esteve sempre.
Um sentimento de reencontro passeou por mim
Um sentido, na vida, talvez, fosse o que procurava
Mas me deparei com você, assim, como quem não queria nada.

E vivemos tudo o que sentíamos, apenas tudo, o que precisávamos.

Nas gavetas, nas paredes, pelos cantos da casa
Seus lápis e pincéis e sorrisos rabiscados
Um pouco da voz, do cheiro, do sorriso quadro a quadro
Em minha tarde saudosa, em minha mente em devaneio
Cantando Chuva de Janeiro, em junho já findado.

Onde e quando me perdi? Quando por ti fui encontrado?
Ficam, as pistas dos recados, em desejos digitalizados
Os sonhos reverberando cores e sons inesperados
E assim, por ti, em mim, vivo inevitavelmente
Um misto de amor e dor. Na distancia física.
Numa rima simples.
Apaixonado.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Lentes

Depois de tanto, tempo
Observando seu rosto,
Vi que algo estava diferente
Não era o olhar, impreciso
Nem a boca, sorridente
Talvez a estabilidade dos sonhos
De cara, imaginei, estranhamente:
- Quem é essa que aqui está?
Que corpo é esse em minha frente?
Essa alma também mudou de cor...
A luz nela refratada é diferente
A sua voz também mudou ao que parece
Ouço, vejo, firmeza e segurança é o que se sente
Poderia ser óbvio, a idade, a experiência
A própria distancia, a estrada, tantos sentimentos
As paixões, os amores, quem sabe?

Mas, tinha a certeza que algo mais profundo e inesperado
Era o que havia me surpreendido, simplesmente, me arrebatado

Sim, realmente ela estava diferente
Mas esse não era o caso pertinente
Porque no fundo, ela sempre fora isso em minha mente
Então percebi! A situação é que eu também havia mudado
Agora, outros ângulos e dimensões e culturas, me eram lentes
A questão não era ela, é que eu também havia mudado. Sim...
E meu olhar estava diferente.

Crença

A conquista
Entre olhares
Sorrisos,
Inocentes rabiscos
Nas paredes e nas pedras
No corpo ou no colo da mãe terra.
Se outrora indeciso
O cantar não lhe interveio
Agora só, com sua partida
O coração em devaneio
Brinca com o meu espirito:
- Que o amor dessa criança
Lhe seja o prenuncio da esperança
Que deve ter o mundo inteiro.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Clarividência


Acho que eu só não sabia o que queria dizer. solidão
Porque cantava em todos os impossíveis vazios. tons
Mas ela gritando era algo inimusicável,
Mas que adentrou no meu corpo e me ensinou o silêncio,
Respirou. Sorriu. E assim, fez-se uma pausa,
Vivemos sonhos.
Morremos realidades
Inicio e meio.
Pois não sabia o que era, o fim.
Eu havia entrado nessa mas saí, de mim.
Fui sem contar o tempo,
Não tardou, ela me disse qualquer coisa sobre ir embora
Eu não dei atenção, claro.
Estava mais preocupado com seu sorriso, na penumbra
Guardei boa parte daquela luz que a tocava iluminando-me,
Pra alimentar-me de sua saudade nos tempos que seriam idos
Hoje sua fotografia em minha lembrança, é uma droga,
Supri minhas fraquezas, mas me consome o juizo
Uma loucura, a palavra que canto é uma alucinação?
Uma psicodélica lembrança?
Uma dessas perigosas experiências
Que se conseguimos ultrapassar
É quase como conseguir o som da clarividência
Algo entre os planos físicos
E os que apenas sonharíamos
Sem realizar