As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Música

Acho que meu amor ficou perdido
Onde? Não sei...
(Procuro em todos - os acordes)
Talvez na tarde, passado
Sem tempo desacordado,
Como um dia infindo
Uma noite insonhada
Que resiste em não se desvencilhar
Da madrugada

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tua Rosa dos Ventos

A flor que me deste noite passada
Abençoou minhas mãos
Tocou-me os ouvidos
Enfeitou meus cabelos.
Incensou meus sonhos,
Na manhã, coloriu meu dia.

Impregnou-me
Com uma saudade perfumada
Espalhou-se no tempo,
Tanto carinho
Mostrou-me um caminho
Tua rosa dos ventos

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Vivendo de samba

De canto encanto agente vai sonhando
De som em sonho agente vai se vendo
De vida em vida agente vai sambando
De samba in samba, agente vai vivendo!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Lembrança II

Prefiro dizer que perdi as horas, por aí...
Porque faz mais sentido o caminho cantando
Sem contar ou demarcar compassos
Compondo os traços no sentido dos passos
Os meus, os teus, já perdi a conta
Observando as flores da estrada
Quebrando caminho pelas veredas
Nem sei mais onde é partida
Onde é chegada.

Os sons, os cheiros, as cores
A lembrança confundida dos beijos

A saudade me soprando a face
Minha pele queimada
Pelo sol, o suor me escorre, teu rosto
E assim, o tempo que vivo é relativo
Estou no mundo, penso em meu povo.
As vezes pareço estar louco
Esse lapso de poesia é para poucos
E o que me traz a razão
Até pelo o que acredito,
É a fé que levas consigo
É o amor que trago comigo
E toda paixão que me impulsiona
Por entre tantos desejos

Os sons, os cheiros, as cores
A lembrança confundida dos beijos


Trem Urbano

Paciência, minha insistência
Como o Rosário nas mãos da senhora
No vagão, que não se importa com o tempo
Em horação

Insista um pouco mais. Tenha paciência.
Como a garota que seguiu com sonho do reencontro
Guardo seu rosto angelical, o olhar sedutor
Seu visual retrô, em contraste com o vazio preenchido
do metrô

E aqui é assim que a vida segue
Como os olhares inertes sentados ou de pés
Anestesiados, sistemáticos,
Mas de alguma forma vivos
Como o vendedor ambulante
Que deu de graça à todos
Seu verdadeiro e banguelo sorriso