As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Capciosa

Mas vamos deixar desmarcado
Pra uma horação de descuido.

Assim como quem quer tudo
Assim como quem quer nada
Como se por um acaso,
Se for o caso, um descaso,
E a falta de razão,
Seja uma possibilidade de poesia

Me dê um pouco de intimidade
Um olhar perdido que seja
Pra que eu possa escrever
Uma canção que seja atemporal

Interprete a música
Eu canto o movimento
Dançaremos em busca de algo
Que não necessariamente exista

Nas coxias a conversa é outra
Os gestos, o silêncio
Estamos dos mesmo lados, opostos, apostos
As vezes a tragédia
Por vezes comédia
Mas nunca num entremeio comedido

Sem querer
Exponho a alma que se veste dessa paixão
E quem se emociona com as personagens
Que nos permeiam os contos
Talvez nem imagine o que ha delas em nós
O que há delas em nós?
O que nos faz atuantes

O desencontro desmarcado
Improvisado
Acontecerá
Nem que eu e você sejamos o palco
Pois que o nosso amor seja o teatro

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Transversos

As vezes nossas artes nos atravessam
Mas de algumas formas tão intensa
Que na distância, quando nos falta crença
Inspiração, tinta ou palavra ou cor
Parece que as saudades ficam as avessas
E é como se eu homem fosse a poeta
É como se ela mulher fosse o pintor

Dados Democráticos

Ontem-amanhã-hoje
Não me peçam votos
Apoio
Não me impeçam

Sou o mais forte?
O mais fraco?

Quem me impõe o juizo?
Onde fica minha loucura?

O que mais eu posso dizer?
Calo? Os calos?

Quem me ama? Me odeia?
Quem de mim precisa?
Me usa, me descarta,
Me tortura, me mata,
Me desmata
(Mas antes de tudo), me maltrata
Como um trator, trucidando,
Devorando os índios, as matas

Quem me defende? Quem me ataca?

Quem são meus amigos?
Meus inimigos?

Quem sabem quem são?
Quem não sabem?

Por coragem ou covardia
Por sabedoria ou desconhecimento
Por ignorância ou utopia

De quem é? O que é?
Pra quem é a democracia?

Que bandeira levantas ao deitar?
Qual é o estado do nosso coração?
Quais as fronteiras do espírito?

Porque não parece evolução,
O caminho que segue a humanidade
A cultura se transforma e sempre e agora?!
Quem será o próximo
Deus?!

Um palhaço?
Um ator de cinema?
Meu ex-cristão-gay?
Uma negra, loira, nua lésbica?
Um índio vestido, ateu,
Um pastor travesti?
Um sem futuro presidente evangélico
Isso seria ruim?
Pra onde vamos?
Que planeta é esse?
Quais são os meus direitos, humanos?
Ficamos presos aqui, assim?
Por tudo o que nos resta? Do nada?!
Louvemos às senhoras
Os senhores todos
Já estão descansados

Vandalizemos
Anarquizemos
A falsa paz burocrática
Vendida ou trocada
Por favores
Marcados
Dados
Sujos
Com'o
Jogo

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Desabrochar

Porque não desabrochar?
As pétalas de qualquer forma irão ressecar
São ciclos. Faz parte da beleza da rosa,
Abra-se, receba as cores do sol,
Mostre-se ao mundo em todo o seu esplendor
Doe o seu vermelho amor aos desaventurados corações
Com sua beleza cure a dor de quem na vida só sentiu espinhos,
O rancor dos que não se apaixonaram
Talvez por passarem desapercebidos
Pelos coloridos jardins, sem fins
Da poesia, dos sentidos

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Corriqueiro

Agora me deu uma vontade súbita de rir!!!
Eu ri! Estou rindo!!!
Aí lembrei de quando alguém posta algo corriqueiro
(acho isso normal, mas, é engraçado)
Tipo:
Acabei de entrar em casa.
Vi uma barata.
Escorreguei.
Boa noite.
Vou dormir!...
Só falta dizer:
(Como um bom cearense)
Oi! Estou indo cagar.
kkkkkkkk
Estou me acabando de rir!!!!
Rsrsrsrsrsrsrsrs
E estou sóbrio!
Isso é ainda mais engraçado!
Hahahahahaha

Não sei se estou rindo de felicidade
Não sei se estou rindo pra não chorar
Talvez eu chore de tanto rir!
Talvez eu esteja sonhando de tanto dormir
Quem sabe eu esteja acordando de tanto sonhar
Enquanto não sei,
Rirei!
Escancaro a boca a florir
Porque essa dúvida,
Que não me assola,
Não me importa!
Coma torta!
Como um palhaço, estou a me sentir
E talvez eu ria por me achar sem graça!
E essa lúcida gratuita felicidade
É mesmo uma linda desgraça
Estou quase pra me acabar
Mas não consigo parar de sorrir!