As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Razão Apaixonada

São melodias modais, mantras ancestrais
Os sons das luzes cadentes que cruzam a noite no firmamento
O prisma do olhar da Deusa mãe em sete raios refratada
Transmutando, feito Chama Violeta a dançar na madrugada,
Inspirando, ensinando ou relembrando aos poetas
O saber contraditório de sua razão
Que só tem sentido se vier do coração
Quando verdadeira a mente está apaixonada
A imaginação fitando o céu
Recriando o pensamento
Repensando a criação

A minha alma calma
Na inspiração celeste
Em meu corpo prestes
A sucumbir de amor
Sobre tantas vidas
Debruçada

Galope à Beija-Céu

De repente
A madrugada está serena
E as almas descansam da dor e do amor da carne

Eu, sem saber ou importar-me
Se estou dormindo ou acordado
Ouço o galope à beira-céu
Da cantoria infinita da noite

Em minha viola afinada "Rio-a-cima"
Acompanho o improviso do tempo
Canto o desafio do mote contínuo do uni-verso
A poesia sertaneja que escapole das estrelas

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Folguedo II

Por onde ela passa cantando e dançando
Deixa um caminho de estrelas
Espelhinhos, purpurinas e lantejoulas.

Sua saia bordada de brincante
É cheia de sonhos brilhantes
Ela é viva como a gente,
Se desgastando com o tempo
Vai deixando perfume e alegria por onde passa
E pra durar, precisa de cuidado e carinho.

A gente, a vida, a gira, a saia,
Um dia tudo isso se acaba, passa
Enquanto não, vamos brincar, porque a poesia sempre existirá
Façamos canções, demos as mãos, espalhemos alegria pelo mundo
Reinventar o amor nos corações, como quem renova as fantasias,
Varando noites e dias, costurando luz por toda a imaginação
E mesmo que venha a guerra, tudo será de brincadeira!
Ganha quem fizer da vida a arte mais bonita
Perde apenas quem não souber brincar
Mesmo que seja tarde demais pra dormir
Ou cedo demais pra acordar
Sempre será tempo de florir
Pra quem sabe a hora de plantar 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Alma

O desejo em meio a curiosidade
Não veio e chamou-me apenas pelas cores da íris
Nem simplesmente pelo olhar obstinado e delicado
Talvez, mais pelo o que ele guarde
E o que de leve sente-se ao tentar decifra-lo
Tinham aquelas janelas, uma linda paisagem
Mas, de fora pra dentro.
Em todos os momentos
Eu tinha essa mesma impressão

domingo, 17 de novembro de 2013

Cosmogonia

A palavra encontrou um lugar desconfortável em minha alma
Quis romper meu útero, partir meu umbilical cordão de prata
Pura contida revolta implodiu, criando o universo ao seu redor
E eu estava nele, nela, na incandescente palavra ela
Na gravidade elíptica dos co/n/m/sentimentos que se construíam
A partir da matéria mãe do som dessa canção divina, candeias
Individidas sem sexo, aos sexos, sem cor, às cores, os tons
Todos nela.
A idéia principal da canção surgiu assim
E continua em expansão
Ela um dia findará
No mesmo mistério
De onde surgiu e partiu
O amor veio daí
Desse lugar "do antes"
"Do todo"
E viaja mais veloz que o som
Que a luz
O teu olhar fecundo
Que deu inicio a tudo

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dia claro

O sol, o calor
O azul e o vento suavemente quentes
Me fazem transpirar melodias
E em meu linguajar corriqueiro, acho isso uma poesia
O dia la fora nasceu tão belo, tão claro
Que o tempo aqui dentro passa num movimento de dança
E o corpo trabalha pra poder dizer o que a alma sem amarras canta
Em dias assim minha mente reprocessa todas as experiências
Então lembro e penso com delicadeza e amor nos amigos de sempre
Sentindo calmamente o ontem transformar-se no amanhã.
A sabedoria da maturidade me dá domínio sobre o agora
Uso esse espaço inexistente pra saudade e o reencontro
Hoje eu tenho, me dou, invento
Um tempo pra isso e aquilo
Um momento pra gente

domingo, 3 de novembro de 2013

SMS

Quando ela pergunta numa mensagem como anda meu coração
Eu mando dois pontos e um parêntese pra ela
Com um monte de exclamação
:) !!!