As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sexta-feira, 29 de março de 2013

Quem manda em quem?

Foi brincadeira?! Ah tá. Quem bom...
Pois não era pra você ter vindo
De tão longe
Aqui!

Eu sei
Me perdoa! Mas tudo que eu queria era sentir
Você.
Sorrir.

Talvez
Seja tempo de ver de ser visto
De outra forma o amor!

Quem sabe essas canção nao nos diga
O que nao soubemos dizer
Ou ouvir
Admitir
Que passou.

Mas então, o que foi tudo isso?
Que nos re-voltou?
Voltamos?!
Apenas transamos?!
O que é isso em teu rosto?
Em teu pescoço
Saudade? Amizade?!
Carência? Demência?
Encosto? Macumba?
Obsessão?
Meu corpo no teu
Dançando.
Zabumba tocando
Minha alma de ateu!
Meu coração
Teu peito no meu
O suor que escorreu
Lavou a saudade
Levou a razão!

Assim pelo jeito
Pra falar sou suspeito
Mas creio que quem manda mesmo
Na gente, menina...

...É a paixão!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Lugar

Sempre conto com você
Quando estou assim meio triste
Sonhando acordado
Num dia encantando de um futuro qualquer
Com a esperança e a sorte que me atropelam
É assim hoje, essa vida corrida.
Esteja onde estiver,
O tempo voa em sua razão
Nem importa tanto
Deixamos o coração nas mãos da poesia.

O velho sorriso enferrujado no canto da boca,
Feito máquina de sorvete de circo, insiste,
Como o olhar pedinte ao disfarçar tranqüilidade
Pelas ruas do Cariri em romaria.

Sigo caminho, sou um cantador errante
Brincando de equilibrar-se nos trilhos.
Quando as memórias, indo e vindo
Se confundem com a fumaça e o apito do trem
Te reencontro na estação mais propícia.
Na próxima parada onde o destino
No meio da multidão, desapercebido,
Me entregará em mãos outro suspiro
Num reflexo desonesto comigo mesmo
Ainda duvido:
- Pra quem será?!

terça-feira, 5 de março de 2013

Luar

Onde estão meus amigos agora?
Por onde sonham?
Por onde? Dormem?
Que ares respiram?
Que amores lhes tomam? Quais paixões?
Curtindo? Compartilhando? Virtualidades?
Trafegam por quais realidades?...
A noite me trás, me atrai vossas lembranças.
E sempre que me pego dividindo meus desejos com o tempo,
Sei que me exponho, e que fico de alma nua
Sem lugar. Em qualquer lugar,
A ponto de voar do mais alto aranha-céu,
Ou vagando pelas ruas a pensar em vocês em mim.
Aqui ou ali. Me vejo assim.
Porém, sei que todos nos encontramos
Onde quer que estejamos.
Feito crianças ou poetas,
Olhamos pra o céu, a sonhar
E damos aquele mesmo velho sorriso
Quando nos deparamos com o luar