As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Maria Adornecida

Abre-me os braços, Maria
Teus olhos de calmaria
Teu peito pra essa melodia
Que sempre renasce em meu coração

Guarda teus sonhos, Maria
Pra o dia que se anuncia
Tão logo essa noite fria
Se finda nas cores brandas da manhã

Tão linda, Maria
Do sorriso que baila
Do olhar que guarda a luz na poesia delicada
Que escorre pelas frestas do tempo

Eu acordo e sigo
Nos sonhos contigo
Encaramos a realidade
Com os sorrisos cheios de brilho
E os olhos adornecidos
De cristais de lágrimas, surgidos,
Da alma da gente
Quando há felicidade

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Horrenda Canção

Talvez de tanto amar
Hoje não cantarei o amor
Não cantarei a paz que almejo
Cantarei o ódio, a tristeza
O mal profundo e crescente na humanidade
A desonestidade, a corrupção, a ignorância
Os preconceitos absurdos sem sentidos
De classe, raça, sexo, cor
A intolerância religiosa
Falar nisso,
Cantarei os índios mortos sem nação
A natureza envenenada a morrer, agorinha mesmo,
Enquanto canto tudo o que é feio
A realidade que ninguém quer ver, encarar
A falta de oportunidade aos mais simples
As crianças vivas-mortas
A falta de respeito aos mais velhos, à sabedoria anciã
As guerras insistentes e silenciosas a consumir o bem
Meu bem!

Cantarei
Os falsos lideres
Os falsos profetas
Os falsos artistas

Tudo de ruim que corroe e destrói a consciência humana
Que induz as almas para os vales negros da incompreensão.

Minha canção hoje será um grito desafinado
Minha cantoria em distorção
Meu verso em pé esquerdo-quebrado
Sem métrica ou rima
HORRENDA CANÇÃO

E quando parecer silencio tudo o que eu não disser
Desconfie, e tenha a certeza que logo estarei sufocado, morto, apagado
Estará em meu corpo e olhar, na dança, no que eu interpretar
Na ânsia de lhes fazer sentir
Além do anestesiante falso amor,
A dor de quem escolhe
Ou não tem outra saída
Se não, resistir.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Imprensa Oficial

Este mês a nossa impressa oficial esta conseguindo se superar... tenho acompanhado noticias bizarras, não sei se são mais absurdas as notícias ou a forma como tudo é noticiado, manipulado...
Bem, posso estar completamento equivocado, pois só tenho lido noticias na internet através dos compartilhamentos dos amigos. Prefiro acreditar e formar minha opinião a partir das grandes menorias.

"Fico feliz em observar as pessoas (tanto na realidade como no mundo virtual) que sonham, pensam, agem, e sim, também, que "curtem" e compartilham boas informações. Alias, informações essenciais pra uma possibilidade de vida melhor, minimamente com ideais de humanidade, justiça, igualdade, política, sustentabilidade, espiritualidade, respeito, arte... me sinto tomado por um sentimento de coletividade. Não julgo os que fazem mais ou menos, direta ou indiretamente, na rua ou na rede, apenas louvo simplesmente os que fazem! Que cantam com paixão, que protestam por paz, que medicam com sensibilidade, sentimento, que aram a terra com responsabilidade, os que legislam com amor, os que rezam com respeito, os que compartilham com bondade, os que estudam e ensinam e somam à sabedoria da humanidade, os que lutam pelos que não podem lutar...
Há esperança no mundo, claro, mas, se sempre houve e continuará havendo, é porque sustentamos, a utopia que seja.

Carregamos o peso ou a leveza que sabemos que temos que carregar, a responsabilidade é de quem tem a consciência. Sendo assim, que isso de alguma forma não seja pelo peso da obrigação, ao perceber, sentir a necessidade de melhorar o mundo, mas, pela leveza que escolhemos, mesmo que isso seja impossível e que doa!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Menina da lua cheia

Te encontrei na lua cheia
Cheia de amor pra dar
Cheia da falta de amor
Pronta pra se apaixonar

Te fitava a reluzir no céu,
Enfeitada de estrelas
Quando veio uma nuvem e te escondeu
E quando eu vi, lá ia eu
Em minha jangada aérea te encontrar

Eu aqui à míngua,
Em meio a tantos corações embrutecidos
E tu no firmamento, nascente, nova época de cantar
Quem não olha pro céu e sente saudade
Daquela que nos fez, nos faz sonhar?!
Parece que nossa história finda, menina
Mas, so pra poder recomeçar

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Caminho

No trânsito da metrópole entretantos automóveis, me sinto só
Mas a pé mesmo aqui, eu me sinto livre
Voando, fazendo o caminho
De bike, orgânica máquina eu me sinto, vivo, puro, limpo.

Pela janela
Solidão, saudade, esperança, liberdade...
Sinto, penso, passo uma mensagem
Posto uma fotografia
Reinvento o mundo
Virtualmente, vou além
E me sinto bem, ao transitar e refletir no coletivo
Sobre coisas tão velhas, tão novas
O que importa é ter consciência, ser afetivo
E escrevo tudo isso enquanto faço a viagem,
O verde, o azul, o mar, a terra, o céu daqui
E meu pé-de-serra a se fundir, com a paisagem
Tantas realidades.
Uma só natureza.