As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Despido

Hoje seria um bom dia pra sair nu,
Nesse agradável calor e ventania
Nu de roupas, de idéias
Nu até de corpo
Para que a luz pudesse
Vestir minha alma
Em seu prisma refratado
De todos os tons
Arcoíricos

sábado, 20 de setembro de 2014

São Paulo vai virar sertão...

Numa noite dessas
Quando não estou a tocar
Mesmo com o corpo cansado,
Em minha mente,
Não descansam os sonhos
Os sonhos nunca dormem...
Penso na relatividade do vento...
Nas horas seguindo em seu curso
O cigarro se apaga
O frio me envolve
E como o abraço desconfortável de um inimigo
Temo uma incerta confusão das células
Tento compor essa canção
Na ânsia de evitar uma tensão nos órgãos
Pela coincidente falta d'água
Em meus olhos, em São Paulo
No sertão
Na metrópole
Hoje desconfio, tanto faz,
Se não nos chovesse
Se não me viessem as lágrimas
Não seria por falta ou excesso de vontade
simplesmente
Seria por falta de esperança
Por isso, sempre que posso
Guardo comigo lembranças
Porque elas me fazem sentir
Tudo o que preciso
Quando, mais, ou menos, preciso
De motivos pra continuar dançando
Por um mundo, uma vida, ou pelo menos
Por uma madrugada melhor
Em seu silêncio mais suave
Belo e aterrorizante.
Sinto minha alma transfigurar-se
No pulsar quântico de meu coração
O corpo físico, máquina, 
Processando uma nova melodia
Que inicia um novo batimento
Um lugar mágico em que descubro a harmonia
E os sonhos tornam-se reais
Ali, nesse não lugar, rodopia uma bailarina
Vestida de Rainha
O reisado
Agora
É aqui
E todos os entremeios
Brincam em meu peito

terça-feira, 16 de setembro de 2014

#paquera

Na rua nos encontramos
Trocamos meios olhares
Passeando pelas realidades
Com a atenção dividida
Entre os dispositivos móveis
E uma antiquada fixa paixão
Amor não-amor...

Solitários selfes
Bem, não podemos dizer
Que não ouve uma conexão
Não nos beijamos
Mas postamos esse sentimento
Que talvez tenha passado batido
Email a tanta informação
 

Cariri dub Toré

Mandou o som no subgrave
O som estrondou na imensidão
Virou trupé pisei no chão!
Baixou os cabôco, eu digo: salve!
Com o meu Maracá na mão

Numa força ancestral
Convidando à dançar
Num pé começo a marcar
Na energia dos caboclo
Nessa força Eletrolisado
Desconfundindo a consciência
Sintonizo na freqüência
E começo a rodopiar
Uma pra lá e um pra cá
Cariri dub no Toré
Se tu quer ver como é que é
Deixe a maraca te levar

sábado, 13 de setembro de 2014

Em Partes Inteiros

Meio ingênuo
Sou por inteiro sonhador
Imparcialmente romântico
Confiante em meus instintos,
Feminino, menino,
Acredito em tudo o que tu me disser
Até no que não me dizes, mas,
Falam, teus olhos
Porque não?
No máximo, mesmo que nada desse certo
Eu cantaria uma canção,
E no mínimo todos dançaríamos
Juntos ou não
E mesmo que eu não pudesse dançar
Também seria minha a revolução

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

InDescrição

Tivesse eu um amor assim aos tempos

Pra abraçar às minhas vontades, aos ventos 

Dançaria até o anoitecer dos braços, aos abraços


Arredia, findaria minha saudade, aos risos, e sorrisos

Não tardaria por fim, minha canção sem um salto, um vôo

Um harpejo danado até o chão e céu de tua boca

E minha alada fé de paixões inconseqüente, mas, bem amadas


Madrugaria enfim, ao mastigar e ruminar teu corpo.

E o perfume, teu cheiro, em minha nua conspiração, e respiração

Ofegaria, dançante e delirante gozo

Apertando minhas costas, costelas e constelações.


Por fim, seria apenas mais um começo?

Um amanhecer de cantos pássaros

Confundindo-se com o sussurrar

Romântico, clássico

Dos fortuitos beijos?