As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O que nos resta

Onde a palavra encontra afago
A paixão veste-se por acaso
Sentindo "o sem saber" dos carinhos que encontra
O sorriso, adornando o rosto
Contornando os cabelos
Transforma-se em desejo
E a canção solfejando o olhar
Nos refaz, acreditar,
Que no fundo o que importa é a amizade.

Quando a saudade transmuta-se em dança
E esse movimento não descansa
Dancemos!
O que nos resta
É sempre o amor

Abestado

Ela me olhou e perguntou
O porque do meu sorriso
Eu mudei o semblante
Não falei nada
Fiquei contido
Sério e calado.

Esperei alguns eternos segundos
E assim como quem não queria tudo
Apenas um pouco de absurdo
Num cinema mudo brincado
Implodi uma risada boba
Que começou pelo canto da boca
E se espalhou pelo céu alem dentes

Inclinando a cabeça às nuvens
Num rápido devaneio de mil bel'imagens
Suspirando feito adolescente apaixonado
Equilibrei minha alegria e entusiasmo
E voltei a sorrir assim tão honestamente
Que ela finalmente entendeu o recado
E sem me perguntar mais porquês
Desnecessários
Dançamos as mãos, embailados

Ela disse eu meu pé d'ouvido
Que às vezes eu parecia um menino
E me disse pre'u deixar de ser abestado
Eu cantei um trecho de uma canção
Que tocou seu coração 
E voltamos a falar a mesma língua
Universais reginalismos
Saliva, suor e pecado 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobre a Mesa

Na minha voz da consciência
Ressoa um canto de criança
Que saltava, ressaltava nos quintais de esperança
Entre uma vida e outra de eternidade
Tendo surtos de sua individualidade
Quando ela sonhava com sua gente 
E reconhecia aqueles com quem entrelaçaram caminhos
Nas veredas noturnas dos sentimentos
Gerou-se alguma forma de comunicação com outros mundos
Como se nos primórdios a poesia, e toda arte fosse uma tecnologia
Uma pontes entre dimensões 
Em palavras que acalentam as almas
Nada mais são que vivos-versos-verdades, divinas, comunhão
Intercessão
Ponho as cartas na mesa branca
E me deixo ser instrumento
Da salvação