As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Abestado

Ela me olhou e perguntou
O porque do meu sorriso
Eu mudei o semblante
Não falei nada
Fiquei contido
Sério e calado.

Esperei alguns eternos segundos
E assim como quem não queria tudo
Apenas um pouco de absurdo
Num cinema mudo brincado
Implodi uma risada boba
Que começou pelo canto da boca
E se espalhou pelo céu alem dentes

Inclinando a cabeça às nuvens
Num rápido devaneio de mil bel'imagens
Suspirando feito adolescente apaixonado
Equilibrei minha alegria e entusiasmo
E voltei a sorrir assim tão honestamente
Que ela finalmente entendeu o recado
E sem me perguntar mais porquês
Desnecessários
Dançamos as mãos, embailados

Ela disse eu meu pé d'ouvido
Que às vezes eu parecia um menino
E me disse pre'u deixar de ser abestado
Eu cantei um trecho de uma canção
Que tocou seu coração 
E voltamos a falar a mesma língua
Universais reginalismos
Saliva, suor e pecado 

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