As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Caminho

Eu paro e ando por ai
Pela estrada vou cantando
Encontro coisas boas e ruins
Tento ajudar o próximo
E também o distante
Desejo que minha canção
Abrace os diferentes
Não apenas os semelhantes

Não canto pra uma mulher
E nem pra um homem
Minha poesia se faz generosa
Sem gêneros, aos que a consomem
De tão velha, não tem idade,
De tão colorida, reluz incolor

Eu muitas vezes sinto saudade
E por vezes sinto
Um tantinho assim de dor

Mas então surgem os reencontros
E vão crescendo e nascendo amizades
E vêem paixões e alegrias, vou dançando
Brincando, cantando o que for
Mas sempre, com respeito e seriedade
Como quem cuida de uma flor

Nessa pisada eu vou seguindo
É o que a deusa me ensinou
Vida cigana girando mundo
Sigo colhendo e semeando amor

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Instrumento da Salvação

A maturidade é uma poesia
Que a vida deescreve
Em seu decorrer

Em prosa
O tempo dá
O tempo tira

Em versos
O espaço
Fica cheio e se esvazia
E num pulsar quântico
É prenho preenchido
Com sabedoria

E feito repente
A idade encara o mote:
A cara da morte

Repete-se em loops a canção
E a vida retorna-se:
- Instrumento de salvação
Partes de um todo, de um tudo
Inteiramos-nos ao nada, do nada
Juntam-se os cacos da consciência
Quebrados pela insistência
Da negação da física distância
Da espiritual lembrança
Da desnecessária explicação
Da existência

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Fluxo

Uma sombra movia-se contraria ao sol
Enquanto deslocava-se o tempo no espaço
A gravidade, atraia os corpos ao eixo do movimento inicial
Uma dança dos astros que tecia influências sobre os corpos terrestres
Não apenas pela água de suas composições
Ou pelos elementos contidos em sua densa matéria
Nem dos fragmentos de estrelas em suas canções-memórias.
Havia poesia nas engrenagens do cosmos
E nas conexões entre as dimensões
Nossas mentes captavam em fractais
Os sentimentos que vagavam no céu
Pelos signos e aglomerados de estrelas
E espíritos errantes cruzando vidas e existências
Sob a consciência universal até a reencarnação
E a dependência momentânea do carbono...
De alguma forma, eu sabia o que dizer
Quando ela me perguntava as horas
Olhava pra cima e reparava
Na fase da lua, o solsticio,
Nas cores da vegetação predominante naquela estação
Tudo tinha um elo bastante claro, não era raro nem de complexo entendimento
Nunca existiram fronteiras no firmamento
Estávamos todos aqui
Ocupando um mesmo lugar
Bastava sentar no batente
Numa tarde do sertão e sintonizar
Como um mote de repente, na cantoria infinda das vidas
Toda história possível estava representada
No amor que tinhamos conosco
Não apenas nos versos óbvios
De uma individualidade romantica apaixonada
Mas nos sentimentos que eu só poderia entender
Quando na verdade simplesmente me permiti
Sentir
Era o movimento
Que vinha e partia.
Não havia isso de morrer, viver
Era apenas o processo que importava
Encontrar-se
E seguir

sábado, 4 de julho de 2015

Distância

Em algum lugar entre o polo norte real e o magnético
Se encontrou a minha perdida canção
Nos sonhos que giram mundo
À necessidade de dançar,
Que migra seguindo o sol nascente
E o meu desejo nômade,
No desencontro da tristeza com a poesia
A incerteza, esta amiga atrevida que me convida a desafiar a maldade do mundo...

Em algum lugar nesse tempo e espaço onírico, está você, e sua alegria e sorriso iluminado
Sinto-me imensamente feliz
E agradecido, mesmo na distância,
Porque sei que o seu amor é maior que qualquer físico deslocamento
E tua bondade está sempre a semear felicidades
Como as flores que nascem nos teus passos
E o perfume que deixas onde passas
Com tua fértil e benfazeja
Pueril esperança