As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Alguém me falou que havia terminado uma relação. Disse que dentro do possível estava tudo bem, mas, que sentia algo que não sabia o que era, que não sabia se ainda era alguma forma de amor ou a inevitável dor de um fim. Pra começar, eu acredito que por fim, tudo é um processo, ai pensei assim:

- FIM
Sinto falta de algo
Que não lembro se é lembrança
Mas esqueço de esquecer.
Mal-bem querer? Fal'sesperaça?
O que o tempo tira
O tempo dá
O vento traz, o vento leva
Marés, luas, sentimentos...
É tudo natureza
É como tecer uma canção de amor
Pra alguém que nos faz sofrer
E que nos deu tanto prazer
Mas que também nos faz crescer
Na inevitável dor

- INÍCIO
A saudade é insistente
Fica na boca da gente
Como quem não come nada
E fica co’a fome entre os dentes

A saudade é estranha
Se esconde nas entranhas
Finge ser tranquilidade
Ao planejar mil artimanhas

A saudade é profética
Dorme e sonha em sua poética
E mesmo quando não tem rima
Segue em sua prosa estética

A saudade é desordeira
Quebra tudo, faz asneira
Grita pela madrugada
Que o amor é uma besteira

- MEIO
A saudade é afiada
Feito gente desamada
E se junta a solidão,
Essa velha desalmada
A sombra, o corpo, assombra a alma
Mesa, roupa, arma branca
Punhal, Faca, beijo-espada
Unhas, Línguas, dentes, mágoas
Sexto sentido, olhos e ouvidos,
Espaço-tempo, ciclos de lágrimas

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