As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Encantamento



terça-feira, 6 de novembro de 2018

Ritual


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Me Diz, Amor



Me diz, amor
Como podemos mudar o mundo
Tudo lá fora anda tão confuso
Que as vezes, parece, fico mudo
Então grito pra não me sufocar!

Esse rock’n roll mestiço
Que não se deixa calar

Por mais que façamos
Amor e Revolução
Daqui só levaremos
Poesia e evolução?

Então deixaremos
Pra quem aqui ficar 
O paraíso abençoado
Vazio de maus costumes
E cheio de bons pecados!

Livrai-nos, Oh deusa serpente!
De toda maldade e ignorância
Dos que dizem dizer a verdade

Mas mentem, por medo ou ganância 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Encantados

E de repente no tempo
Ao som das maracas
Sinto a presença
Da nação encantada

Eles choram de saudade
Mas também de alegria
Caboclos e caboclas
E crianças curumins

Nessa lembrança
Minha alma sorri
Eu moro neles

Eles moram em mim
Salve os meus pés de serra

E o meu povo Cariri

domingo, 15 de julho de 2018

Passeios

O ciclos evoluem
E tornam-se espirais
Já não andamos em círculos, perdidos.
Olhando apenas pra frente ou pra trás
O que nos encima?
O que nos sustenta?
Pontos de vista
Pontos de umbanda
Subir e descer, tanto faz
Tocar e dançar na lei do auxílio
É por amor. Mas, mesmo assim
Às vezes o ódio
É o que te impulsiona mais
Esteja atento, perceba
E volte em frente, siga atrás.
Suba, desça, tanto faz.
Mas não perca o movimento das vidas
A luz que ilumina o plexo e cura as feridas
A dinâmica divina da existência
Observe o horizonte, a vértice 
Não somos uma superior espécie.
A alma apenas veste
Necessariamente
Um corpo qualquer
Onde caibam
Alem de si
O coração e a mente
Pra passear pelas manhãs
E escrever poesias orgânicas
Pelos jardins mais longínquos
Dos universos


sábado, 14 de julho de 2018

Dança

Dia a dia 
A vida segue 
Relativo ao que quero
Ao que penso
Ao que sinto
Quisera eu
Quem dera eu
Quem dera
A sensação do deslocamento fosse apenas um descompasso na dança
Eu quebraria o andamento
Do céu até o chão, mas, não.
O tempo, esse movimento perpétuo
Que permeia toda essa dimensão
É como um batuque divino
Não é ele quem nos segue
Somos nós quem o seguimos
Amanhã velha, ontem menino
Desuso minha razão
Pra perceber que o segredo talvez esteja
Em tentar não fugir
Mas sim, em se divertir
Saindo e voltando ao tempo
Rezar em canção pra não agoniar-se.
Calma, alma. O corpo segue a mente.
Fique tranquila
Está tudo na ginga da terra
Entrar no ritmo do universo
Brincar de subdividi-lo

terça-feira, 22 de maio de 2018

Não Binário Amor

Não sei se agi certo
Mas sei que não errei
Pela razão, talvez não desse certo
Mas pelo coração, eu sei

Se fortalecer na dor
Seguir o próprio caminho
Escolher o amor
Aprender a lidar com a flor
E também com seus espinhos

Eram olhares de raiva ou medo
Mas hoje entendo, eu sei
Eles temiam se apaixonar
Ou pelo menos se aproximar
De uma pessoa gay

Tanta gente não entende
Mas, eu sou entendida
Não gosto de me gabar
Mas também não vou negar
Que eu sou uma pessoa linda

E assim fiz o caminho
Que me faz tão seguro
Plantei flores
Dentro do armário
Dancei em cima do muro

Olhei pra frente
E me vi no presente
Recordo o passado
Pra não esquecer
Que não escolhi ser
Me descobri assim
Aprendi a me defender
Sem precisar odiar, enfim.

E pra quem se dizer meu inimigo
Tenho amor de sobra pra dar
Nunca pra vender. Por sinal,
Tome um pouco pra você
Minha deusa da sabedoria
Livrai-nos de todo mal

Sambei

Ai ai ai ai Como doeu
O beijo sem amor
Que ela me deu

Na hora desmarcada
Apaixonado, eu nem percebi
Mas com o sentimento dormido
E os sentidos descansados
Eu não sonhei e acordei pensando
Só assim pude perceber
Um algo estranho

Fiquei tentando decifrar
Esse dissabor 
Essa falta de rima com amor
Não. Não era nada bom
Mas não, não chegava a ser ruim
Estava tudo misturado
Não era doce nem Salgado
Talvez fosse, o amargo do fim?
Um insistente desgosto presente
De algo passado
Algo doído
Meu beijo calado
Sem o teu pé do ouvido
Seu nome tatuado
Nu meu corpo esquecido 

Ai ai, ai ai como doeu
O beijo sem amor

Que ele me deu 

domingo, 4 de março de 2018

Matrix de Nossa Senhora das Dores

Entradas e saídas
Portais e janelas
Desejos virtuais?
Realidades paralelas?
Onde a ignorância e o ódio reais
Proliferam-se livremente
Sejamos nós mesmos,
Nossos sistemas operacionais
E assim viralizar o amor
Humanizar a dor
Das inteligências
Artificias

sexta-feira, 2 de março de 2018

RELENTO


Não há porque fazer questão
Deixemos tudo pra lá
Não precisa haver razão
Onde ela não precise estar 

É tão bom um aconchego
Ter um jardim, regar uma flor
Um cantinho pra os xamegos
Alguém pra chamar de amor

É normal desentender
Tropeçar, cair, chorar
Mas também, compreender
Abraçar, sorrir, dançar

Então vamos seguir em frente?!
Precises falar ou não,
Estou aqui pra o seu silêncio
Mas também pra sua canção

Toda paixão tem o seu vento
Tempo, espaço e gravidade
Faço meus o teus sentimentos
Sejam brisa ou tempestade

Deixo a tristeza ao relento
E trago pra dentro a saudade
Eu só preciso de um momento
Pra essa canção que me invade
Ajudar meu pensamento
A relembrar como transcendo
Verdadeiro amor em amizade 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Cinzas

Sinto a vida passando
Sem pesar...
A matéria amontoada a partir do carbono
Escorrendo por entre a alma de meus dedos
O tempo-espaço-gravidade
Desocupando seu lugar físico

Na eterna dança da luz e sua ausência
O pensamento afoito aprendendo a ter paciência
A idade aprendendo a lidar com a saudade
A inocência dando lugar a experiencia
A ignorância se esvaindo com a ciência
A teimosia aceitando a espiritualidade
E a paixão aprendendo a renovar-se no amor
De flor em flor, tudo passa
Tudo fica
Tudo morre e se revira em vida

O mais difícil talvez 
Seja aceitar que um dia
Quando meu movimento cessar
Minha voz se calar
E o meu sorriso já não tiver semblante,
Os sonhos,
E toda e qualquer crença e esperanças,
Quando eu os deixar aqui,
Quem cuidará deles?
Mas, isso já não importaria, não é?
Afinal,
A vida seria
Toda ela
Esse ensinamento?
Esse eterno sentimento
De desapego?