As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Sonhos Não Dormem

Amanheceu
Pela eternidade
De feitiços pronunciados
Dançamos, cantamos
Acreditando em
Nossa ancestralidade
O peso e a leveza do corpo
A sabedoria inevitável
O feminino
A fertilidade
A vida jorrando de suas profundezas
Gozo e fé. O sexto sentido
Olhando-me por cima do ventre
Entre suor e lágrimas
Tragamos o ar da noite
Sonhamos realidades
De mãos dadas
Inventando o nosso futuro

Atravessamos a rua
Cruzamos o destino na esquina
Lendo os lábios do tempo
Ela interpretou a canção do vento
A poesia ainda não escrita
Alem do espaço-tempo-gravidade
Ou qualquer outra dimensão acessada

Poderíamos existir,
Em tão leve amor em densa matéria?

Eu em seu devaneio
Ela em meus seios

Varamos a madrugada
Reverberando o efeito dia
A luz que ascendeu
O portal da janela
Nos iluminou
Nos clareou
Nos esclareceu

Ela me sussurrou
Na doce língua do amor,
Entre feitiço e beijo:
Tenha fé. Os sonhos não dormem
Assim como você e eu

Fechamos os olhos
E o amanhã nasceu

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