As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Recomeço

Em nossa eterna
E tão breve existência
O tempo reserva pra nós
O melhor da vida
Enxuga as lágrimas
Estanca as feridas
Fortalece os laços
Desata os nós
Nos ensina a fé
O sabedoria de olhar pra si
E enxergar o melhor de nós 

Nos abençoa com a sensibilidade
Nos amadurece com a sua maestria
Leva e trás, eleva e atrai os ventos
Que levam e trazem os sentimentos
Oportunos de cada estação

Nascimento e maturação
Morte e renascimento
A poesia, filha
Da inspiração do momento

A chuva, o sol, as folhas secas e as flores
As mil cores que habitam cada coração

Amores e amizades
Tristezas e alegrias
Noites e dias
Anos, eras
Não sou mais quem fui
Não és mais quem eras
Tantas vindas numa só canção

No ventre fecundo da Deusa Tudo
No centro no eixo no equilíbrio profundo
Na alma, da mente e do coração
Se faz, ecoando além dessa dimensão,
A magia mais bela mundo
Existir aprendendo a viver
Com o fluxo que sempre irá correr
Para frente, nunca para trás
Na ilusão dos círculos
Em ciclos espirais

Na benção
Do recomeço

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Voa Noite

Boa noite
Voa noite
Vai à noite
Enluarada

Vem o uivo 
Meio turvo
Meia noite
A madrugada

E que os bons sonhos
Que os bons sonham 
Não sejam maus
Na intimidade

Que o dia vele
Que o vento leve
Que o tempo eleve
Toda amizade

Que a vida viva
Dos que vivem a vida
Seja reencontro
Não só saudade

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Oie! Tá tudo bem?

Tudo bem 
Na medida do impossível
Nas desmedidas horas que pulsam em meu peito 
Descansando em meu leito
Fluo com um rio que corre pelo tempo
Pra um lugar onde o oceano cósmico 
Esconde as profundezas tenras
Da gravidade que nos prende
A uma dança interdimensional
Onde não há distância
Nem sentimento
Que não possam ocupar
Um mesmo lugar

Realidade e sonho
Impossíveis poesias
Cadentes
No céu
Na noite
Da lua nova
No meu quarto Crescente