As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Consciência

Na busca por algo leve
Nos deparamos
Com o peso das coisas
O tempo
A gravidade
O espaço curvando-se
Em seu objetivo destino
Cíclico e eterno

A poesia poderia mear-se
Densa ou niilista
Mas porque trazer
Certezas herméticas?
A luz viaja a qualquer
Lugar que a receba
Trazendo todas cores
Impossíveis

Porque não enfeitar o trajeto
Com flores e canções?
Porque não dançar
Enquanto se caminha
Ou mesmo aguardamos
Uma próxima decisão de trajeto?

Respiro
Encho os pulmões e canto
Nada está vazio
Tudo é impressão
E depende do que decidimos
Enquanto vivemos
O vazio
É um lugar cheio
Basta abrir os olhos
Ficar de pé
Soltar a voz
E sentir o vento
Mudando

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Noturna Solitude

A noite me tranquiliza
Mas nem sempre
Ao ponto de dormir
Ou simplesmente descansar
Sonho acordado
Com a claridade das horas
Alvoroçando minha ideias
A gravidade
Pesa meu corpo a cama
Que sustenta o chão
Mas minha alma não
Ela canta, pula, dança
Faz poesia, amizade
Com as sombras que me cercam
E que rodopiam na escuridão
Com a luz que adentra o quarto
Pelas frestas da janela
Converso, brinco, faço canção