As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

DOIRADO

Paro e respiro

Suspiro o breve momento

Onde nasce uma poesia

Como o vento soprando

Uma leve profecia

Que desencanta o Juazeiro

O tempo descansa

Nas asas do beija-flor

A luz se derrama nas folhas

Exalando amor sem alarde

O sol doirado cantando

No colorido da tarde

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

A Poesia das Horas

O sol a pino tocando a pele
Emite lembranças sonoras
A água brotando do corpo
O corpo soando memórias

Os sons transpirando cheiros
As cores refratando histórias
A luz que afasta os males
E queima a vista que chora

O vento quente que eleva 
A poesia que resiste na flora
O gosto da comida de mãe
No domingo que a missa demora 

Amor é saudade que perdura
É o rio da rua da glória
Cego Oliveira tocando Rabeca
Na calçada da minha escola

Tudo isso é um pouco da infância
Que voou e me trouxe agora
Pra o exato momento onde
A poesia me deu as horas

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Vida II

A gente passa

A arte fica

A poesia nasce

Onde o amor

É semente


Caule

Galhos

Folhas

Flores


O vento que sopra

A luz do sol ardente

Música da chuva

Dança de água corrente

Estio e quadra invernosa

Os ciclos de fora

E de dentro da gente

sábado, 2 de novembro de 2024

Lucidez

Tudo isso é uma “loucura”
A sanidade é uma invenção

Abraço Gravitacional

Em nossa gravidade

Circundam fragmentos de vidas

E corpos que podemos abraçar

Para mantermos em nosso espaço

Ou pegar impulso

Para criar boas distâncias

Não deixe que a ilusão do tempo

Transforme suas experiências

Em distorcidas visões de fracassos

Coisas “boas e ruins” acontecem

E enquanto estamos

Paralisados pelo medo

O pensamentos negativos

Passeiam e brincam

Com nossas fragilidades


Cante

Que o vento soprará poesia

Dance

Que o espaço se dilatará

Respire

Que a vida mal começou

A inspiração 

Assim como a eternidade

É uma conquista

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Meditação

Céu 

Flor

Manga

Goiaba


Mico

Andorinha

Formiga

Lagarta


Terra

Folhagem

Manejo

Plantio


Trabalho

Descanso

Silêncio 

Assovio


Em canção

Desanuvio


* Desanuvio - desanuviar

 = desparecer, tranquilizar, relaxar 





terça-feira, 15 de outubro de 2024

Valsa

O vício

É um precipício

O prazer

O vôo imaginário

A realidade

O chão


A vontade

Pode ser breve

O desejo

Pode ser livre

O amor

Deve ser leve


Pise firme

Dance e vibre

Toque o céu

E abra o portal


Na inspiração do sonho

O entendimento da oração

A vida o meio a conexão

Cantemos pra subir

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Movimento

Cadê o vento?
Pra correr sertão
Cruzar caminhos
Dançar o tempo
Assanhando o mato?

Descansar o corpo
Soprar nos ouvidos
Limpar a vista
E sonhar as tardes 
Como quem brinca?

Colorir o cinza
Enfeitar calçadas
Semear canteiros
Esvoaçar cabelos
Fazer revoadas?

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Saudade

De olhar pra tua cara

Do teu olhar, dos teus olhos

Em formato de amêndoas

Que olham lá dentro


Do abraço

Que preenche o corpo

Nos vazios do peito


Saudade 

Do sotaque

Das conversas

Das risadas

Das piadas bobas

Incansáveis


Gosto de tudo isso

De todos os resquícios

Das boas lembranças

 

De que adiantaria a vida

Se não pudéssemos

Guardar souto, o amor

Em forma de poesia

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Relembrança

Foram são tantas coisas boas

Revivo os detalhes com carinho

Passeando a memória 

Em pontos de luz e réstia

Que deixamos no caminho

Estações de encantamentos

Poesias, canções, sorrisos e lágrimas

Muita dança surge desses movimentos

Eternizando os momentos

Com sorrisos gratuitos

E divinas comédias


Houveram embates, claro

Desentendimentos, discursões

Quais amores não tem questões?

Mas o que fica, começa pela alegria

E termina, sem precisar ter fim

Num abraço de amizade

Quando o corpo distensiona 

E a paz faz um laço

E nos reúne

OM

Não é técnico

Mas é bonito, entender o tempo

Não como uma dimensão

Mas como uma poesia

Na percepção atrevida do mundo

Além da matéria encarnada finda e frágil

Para a grandeza de pensamentos vivos

Por isso sonhar é tão belo e inspirador

Seja acordado ou no descanso do corpo

Com os olhos abertos para dentro

Nos mostrando bem, o que fomos, somos

O que poderíamos, e o que poderemos ser

Esse poderia ser um escrito de auto ajuda

Uma canção antiga do legião urbana

Mas, é apenas a reflexão de um peito

Que se dedica a tentar sobrentender

O descaimento dos elementos

Ou o incômodo que é o silêncio

Para quem canta as horas

Na timidez da noite

E divide o juízo

Entre sons

E sonhos

OM

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Benzer Nossos Caminhos

Chuvas e sóis

Muitas estradas

A serem caminhos

Pra nossa fertilidade


Cultivando sonhos

Inspirações e poesias 

Rimando rosas e espinhos

Rezando danças e canções 

Benzer nossos caminhos


Assim com os olhos d’água

Reinventar nossos destinos

Mesmo nos tempos mais áridos

Pois temos nossos encantos

Pra sustentar o corpo

E alimentar a alma

Com suor, amor

E a devida calma


Só assim

Nos fortalecemos pra vida

Não só pras batalhas

Mas pra todas as lidas

E descasos

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Abacate

Depois do trabalho
Parei pra arrumar as coisas de casa
Tomei banho, deite e parei pra ler um pouco 
“Do nada”, lembrei do abacate que tirei da fruteira, por estar no ponto, e o coloquei na geladeira
Cortei um pedacinho pra comer
(Adoro comer abacate puro)
 E quando termei, aliás, enquanto terminava, lembrei claramente da minha mãe
Ela nos dava abacate com açúcar quando éramos crianças 
Ela começava amassando um pouco, e depois deixava o resto pra gente ir amassando a mistura e ir comendo
O gosto do abacate está tão doce
A saudade também 
Terminarei de escrever essa lembrança
Vou ler um pouco mais
E esperar um tempinho pra poder escovar os dentes antes de dormir
Quero descansar 
E sonhar 
Com as coisas boas da vida

sexta-feira, 14 de junho de 2024

TEMPO PRA O CAFÉ

Enquanto o mundo corre
Podemos caminhar lentamente
Ou até parar e tirar os sapatos
Botar os pés pra cima
De repente 

Sem querer
Ouvir os sussurros do mundo
Os silêncios da gente
A paz inconsciente
Descansando 
Dessa pressa de viver
Desdenhando
Dessa pressa pra morrer
Na qual tanta gente se calça

E o tempo do sonho?
Nosso espaço na realidade
A matéria escura pra o canto
Na dança da gravidade

Enquanto o mundo corre
E falamos sobre as ciências da alma 
Podemos tomar um café
E botar os assuntos em dia
Questionar a nossa fé
Com pães de queijo e calma

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Veredas Celestes

Caminhos abertos

Nas veredas celestes

Que o sol se alinhe 

Com os pensamentos


Sentar nas nuvens

Sorrir pra chuva 

Mudar a rota

Ouvir o vento


Viver o tempo 

Em liberdade

Tragar saudades

E baforar sorrisos


Cantar a vida

Dançar a sorte

Sentir o corpo

Tomar seu rumo

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Vagalumes

A luz verde que reflete
Quando olho nos olhos da relva
É como um suspiro de descanso
Nos sons que vão virando acalanto
No vento que vai soprando mais calmo
E nos abraçando

As vozes perdidas no tempo
Vão virando sussurros
Quem sabe são orações de amor
As sentenças que vencem o medo
E realizam-se em feitiços de poesia
Tão óbvias quanto o lado escuro da lua

Sejamos caminhos
Contornando as dificuldades da vida

Não tão raramente
As paixões temem virar tédio
E a salvação pra os sorrisos
Pode estar na simples vontade
De expressar os sentimentos
Que passeiam feitos vagalumes
Acesos na serenidade
Dos corações dançando
Em orvalho e festa

sábado, 13 de abril de 2024

VISITA

H(a) quem se depare comigo

E encontre a superfície do sorriso

H(a) quem me visite em casa

E conheça as sutilezas da minha voz

H(a) quem se faça presente, mesmo na ausente

Na distância, e distorções do espaço-tempo

E tenha sentimentos sobre mim, o que sou

Na realidade que vibra e nos transpassa

As profundezas de meu corpo 

E os voos de minha alma

H(a) alegria do mundo

Formando canção

Em tempos

De poesia 

sábado, 30 de março de 2024

LEITURA

Abraçar
E sentir a pele tocar 
Sem se tocar
O cheiro penetrante no corpo
Desconfundir o peito sem alarde
Como uma queima de fogos
Num dia santo

Olhar de perto
E sentir a respiração ofegante
Ao pé do ouvindo 
O arrepio no pescoço
O olhar indecente, maravilhoso

Amar 
E presssentir aquele beijo
Desejado
Eterno e passageiro
Na saudade renascente
De um querer verdadeiro

Ponto a ponto 
Construindo pontes
Tecendo manhãs
Em cada noite de inspiração 
Suor e contemplação
Dança sem medo

sexta-feira, 15 de março de 2024

SOMOS

Somos matéria das estrelas
Desde sempre até sê-las
A vida transcendendo
A existência orgânica
Além das dimensões 
Ciência romântica
Religião quântica
Mística, mágica 
Razão e paixão
Ou dúvida exata
Ressonando
Os sonhos
O passeio
Das almas

segunda-feira, 11 de março de 2024

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Vai dar Certo

Vai dar certo


Respira

Esse aperto no peito

É um limite que não existe

Sempre há espaço para o amor

Dance, cante uma canção

Conte uma história que te apaixona

Abrace a dor que precisa do teu afeto

Tudo o que nos faz bem nos abençoa

Não há noite que não amanheça

Não há sofrimento que não pereça

Podemos tudo o que desejamos 

Quando vivemos com poesia

Vai dar certo

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Canção do Náufrago

Como estás?

Que é feito de ti?
Sonhei contigo este fim (de semana)

Numa vida passada,
Foi belo mas muito triste também

Fiquei com um aperto

E um tanto preocupada 

A querer saber como estás

Assim do nada

Conto coisas ti

Como quem resguarda um beijo
Falo de ti, com uma saudade

Que está mais pra um desejo

Estás bem?

Passa se alguma coisa?
No meu sonho chorava 

De peito de aberto mas apertado
Sonhava que tinhas partido

E naufragado

Num mar imenso

Mas a imagem que via

Era tu a sorrir, 

E eu a ver te la dentro das águas
Meio estranho, inteiramente bonito

Como quem não tinha mágoa

Sim, claro, era triste

Mas bem poético
Acho que até tinhas

Um acordeão nas mãos

Me parece que cantavas

Uma canção

Estaria menos tensa

Se estivesse a te abraçar

Ou a rezar pra ti, pois,

Parecias até um ser das águas.

Diziam que tinhas se afogado
E pensei que poderia ser verdade

Porque não nos sentíamos

Há muito tempo
Mas se sobressaia

Essa imagem do sorriso

De dentro das águas
Como uma canção

Reverberando e batendo no corpo

Em sonoras ondas

E silêncios