As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Entre idas e vidas

Ando assim
Pedinte
Como o olhar de uma criança
No colo da mãe
Na Rua do Lavradio num dia domingo

Vou seguindo
Construindo
Admitindo
Minha insegurança

Haja-me curiosidade
Mas que me caia o bom senso
Que me sirva de algo, a idade
O martírio do tempo
A sagração da memória
A espiritualização da razão
Sem o clássico medo da morte e do fim dos dias
Que os deuses tenham piedade de mim
Pois acredito neles
Mas tenho andado assim
Perdido...

Pecado?!

Tento recordar as orações
Ensinadas por meu pai
Que me acalmavam nos balanços de rede, solitários
Embalados por ninguém
Ou alguém querendo me dizer coisas do além
E eu não dei atenção

Pendente

Como o olhar da criança
No colo da mãe
Na rua são domingos
No Franciscanos
Em frente à praça das cacimbas
Numa lembrança em super 8
Num dia lavradio

Trago em minhas mãos
Sementes de esperança
Pra plantar aqui
E colher em outras vindas

Quer me ajudar?

- Toma.

Criança-eu
Peço-te perdão.
Prometo não mais fechar
Os olhos pra tua solidão.