As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 21 de dezembro de 2013

Depoimento

Seria muita pretensão dizer que tenho alma forte, que sou espirituoso, talvez fosse presunção... Atrevo-me apenas a falar que sou delicado, e que meu intelecto é simples, mas, por vezes desaforado.
Meu corpo, esse eu não sei se dá conta do recado. Mas a fragilidade da matéria não me preocupa. Minha voz, que acredito vir de minh'alma, precisa de meu corpo sonoro pra ressonar e tornar-se audível nessa realidade, nesse plano físico. A caixa acústica de meu peito, serve-me para decodificar, traduzir, transformar em música o que penso. E assim então, sentindo antes de tudo, penso que nada disso teria sentido, se não fosse a consciência calma no silêncio, em sua forma apaixonada de declarar o meu amor aos gritos.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Velocidade do Som

Enquanto alguns estudiosos da física atualmente discutem sobre a possibilidade de algo no universo poder mover-se mais veloz que a luz, eu e meus amigos MicaelDiogo e Pedro, depois do ensaio do mohandas, conversávamos que o espaço-tempo é relativo ao som, que a música faz com que por exemplo, o tempo passe muito mais lentamente, e/ou que o espaço seja transformado, se assim criarmos essa atmosfera. Eu cantava algo assim no Calendário (disco de 2007). Num futuro passado, futuro presente. Deslocamento, saudade e reencontro... Assim, a paixão poderia estar enquadrada na química quântica.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Citadino

Preenchamos esses vazios coletivos das ruas dos centros
Dançar, cantar... Silenciar os sons desordenados da metrópole
Recompor esses nós urbanos, transformando amarras em mãos dadas de cirandas e abraços
Sentar, brincar nas praças, alimentar-se da matéria dos sonhos,
Feito pipoca colorida ou algodão doce
Comer o tempo, os tempos, os temporais, inventanias que sejam,
Entre chuvas, sóis e ventos, descobertos, recebendo os elementos de alma nua e corpo aberto.

Degustar com amor, calma e sabedoria, a existência
Que brota nos jardins invisíveis bem à nossa frente

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Razão Apaixonada

São melodias modais, mantras ancestrais
Os sons das luzes cadentes que cruzam a noite no firmamento
O prisma do olhar da Deusa mãe em sete raios refratada
Transmutando, feito Chama Violeta a dançar na madrugada,
Inspirando, ensinando ou relembrando aos poetas
O saber contraditório de sua razão
Que só tem sentido se vier do coração
Quando verdadeira a mente está apaixonada
A imaginação fitando o céu
Recriando o pensamento
Repensando a criação

A minha alma calma
Na inspiração celeste
Em meu corpo prestes
A sucumbir de amor
Sobre tantas vidas
Debruçada

Galope à Beija-Céu

De repente
A madrugada está serena
E as almas descansam da dor e do amor da carne

Eu, sem saber ou importar-me
Se estou dormindo ou acordado
Ouço o galope à beira-céu
Da cantoria infinita da noite

Em minha viola afinada "Rio-a-cima"
Acompanho o improviso do tempo
Canto o desafio do mote contínuo do uni-verso
A poesia sertaneja que escapole das estrelas

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Folguedo II

Por onde ela passa cantando e dançando
Deixa um caminho de estrelas
Espelhinhos, purpurinas e lantejoulas.

Sua saia bordada de brincante
É cheia de sonhos brilhantes
Ela é viva como a gente,
Se desgastando com o tempo
Vai deixando perfume e alegria por onde passa
E pra durar, precisa de cuidado e carinho.

A gente, a vida, a gira, a saia,
Um dia tudo isso se acaba, passa
Enquanto não, vamos brincar, porque a poesia sempre existirá
Façamos canções, demos as mãos, espalhemos alegria pelo mundo
Reinventar o amor nos corações, como quem renova as fantasias,
Varando noites e dias, costurando luz por toda a imaginação
E mesmo que venha a guerra, tudo será de brincadeira!
Ganha quem fizer da vida a arte mais bonita
Perde apenas quem não souber brincar
Mesmo que seja tarde demais pra dormir
Ou cedo demais pra acordar
Sempre será tempo de florir
Pra quem sabe a hora de plantar 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Alma

O desejo em meio a curiosidade
Não veio e chamou-me apenas pelas cores da íris
Nem simplesmente pelo olhar obstinado e delicado
Talvez, mais pelo o que ele guarde
E o que de leve sente-se ao tentar decifra-lo
Tinham aquelas janelas, uma linda paisagem
Mas, de fora pra dentro.
Em todos os momentos
Eu tinha essa mesma impressão

domingo, 17 de novembro de 2013

Cosmogonia

A palavra encontrou um lugar desconfortável em minha alma
Quis romper meu útero, partir meu umbilical cordão de prata
Pura contida revolta implodiu, criando o universo ao seu redor
E eu estava nele, nela, na incandescente palavra ela
Na gravidade elíptica dos co/n/m/sentimentos que se construíam
A partir da matéria mãe do som dessa canção divina, candeias
Individidas sem sexo, aos sexos, sem cor, às cores, os tons
Todos nela.
A idéia principal da canção surgiu assim
E continua em expansão
Ela um dia findará
No mesmo mistério
De onde surgiu e partiu
O amor veio daí
Desse lugar "do antes"
"Do todo"
E viaja mais veloz que o som
Que a luz
O teu olhar fecundo
Que deu inicio a tudo

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dia claro

O sol, o calor
O azul e o vento suavemente quentes
Me fazem transpirar melodias
E em meu linguajar corriqueiro, acho isso uma poesia
O dia la fora nasceu tão belo, tão claro
Que o tempo aqui dentro passa num movimento de dança
E o corpo trabalha pra poder dizer o que a alma sem amarras canta
Em dias assim minha mente reprocessa todas as experiências
Então lembro e penso com delicadeza e amor nos amigos de sempre
Sentindo calmamente o ontem transformar-se no amanhã.
A sabedoria da maturidade me dá domínio sobre o agora
Uso esse espaço inexistente pra saudade e o reencontro
Hoje eu tenho, me dou, invento
Um tempo pra isso e aquilo
Um momento pra gente

domingo, 3 de novembro de 2013

SMS

Quando ela pergunta numa mensagem como anda meu coração
Eu mando dois pontos e um parêntese pra ela
Com um monte de exclamação
:) !!!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Improviso

Pareceu uma eterninade
Mas por alguns segundos
Meu gesto perdeu-se meio inseguro
Minha voz congelou-se no vento frio do teatro
Quisera eu que fosse proposital,
Aquele silêncio descomunal, em uma cena por Sidnei Cruz dirigida,
Ou uma interpretação espetacular de uma maturidade adquirida
Mas não, meu olhar perdeu-se ao encontrar
A luz encadeante que vinha da plateia
Nem tive tempo de me preparar, fugir
Os críticos, claro, já haviam notado
Eu havia me desconcentrado, naturalmente,
O público, sentiu como se fosse um movimento ensaiado
E até ficou identificado, emocionado com a verdade que ali sentia
Seria se fosse se foi arte, meu devaneio escancarado que ninguém via
O espetáculo então passou a ser
Meu inseguro olhar apaixonado.
Assim interpretei
Assim fui interpretado

Até hoje falo pra todos que foi combinado
Mas aqui pra nós,
Roubou-me o coração e a cena
Aquela menina
Que dançava sentada,
Pairada em minha frente,
Feito uma bailarina

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Até Vocês

Até Vocês - Geraldo Junior e Roberto Kauffmann

Se eu pudesse agora mesmo
Eu ia no sertão
Pra rever a minha gente
Acalmar meu coração

Quando a saudade me faz roer
A sanfona pede pr’eu toca
E então o que me faz sofrer
Logo passa a me alegrar

Tenho o peito dividido entre o aqui e o acolá
O aqui-agora é de certa forma o meu lar
Não importa pronde eu for, eu vou sentir falta de um "lá"
Cantarei porque assim eu posso estar em qualquer lugar

A saudade me faz relembrar
Que arte é um fruto sempre de vês
Porque esteja onde eu estiver
O meu canto me leva até vocês

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Relatividade III

Trate tudo com carinho. Não custa nada. O amor não é apenas uma realidade romântica distante, é uma pratica simples. Os sentimentos tidos como negativos, ódio, vaidade, ciúme, existem, claro. Mas, incentivar o bem, é antes de tudo admitir o "mal", e assim, neutraliza-lo. Na busca do tão falado equilíbrio. A dinâmica do universo não distingue tais forças. Aquela velha história, a relatividade.
As pessoas, sua família, seus amigos, seus inimigos! As flores, as pedras, os animais, os vegetais, seus alimentos, excrementos, seus sonhos, seus pesadelos, seus deuses e seus "demônios", seus luxos e seus lixos. Trate todos e tudo com amor, ao menos pra equilibrar um pouco a existência... Tudo faz parte do universo e é matéria prima pra o amanhã agora.
Entende?
Sente?!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Casamento

Ele queria chorar
Ela não se deixava sorrir
Ele queria pintar
Ela não pensava em florir
Ele queria descer
Ela só pensava em subir
Em voar
Ele queria cantar
Ela não sabia
Que sabia ouvir

Depois de tanto se olharem
E imagens imaginarem
Não lembram bem, quem, ou o que gerou
O beijo que calou, os pensamentos,
Mas nem importava mais, agora era real
Eles queriam juntos coisas diferentes
E a vida era simples, não por acaso
Como brigar pela tampa aberta do vaso
Ou pelo aperto no meio da pasta de dentes
Ao mesmo tempo em que sentiam a injustiça dos homens
Encontravam-se quase sempre felizes e contemplados
Pelo saber feminino ancestral, natural das mulheres
Enquanto isso, Ana menina subia e descia tocando sua flauta
E Inspirado talvez, Pedro criança, aprendendo a saber ouvir
Pintava as paredes da casa

O mais novo, sendo tão novo
Ainda não sabia o que era nascer
E eles nem imaginavam
Que iriam discutir
Por mais um nome de bebê

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Devaneio III (Warakidzã)

Deixei soar o acorde até o último instante
Alimentei a chama que dormia em meus lábios
E dei um trago, profundo na noite

Escorado ao violão que agora então repousava
Olhei pra o relógio a marcar zero hora
A fumaça me escapava dos dentes,
Eu senti o tempo quase pairado.

De repente, o som do freezer rompeu o silêncio,
Estrondou como um baixo de acordeão contando o ar
Sem fome, e sem pensamentos
Abro a porta da geladeira e num movimento de degelo automático
E em transe, pegando a caixa de leite,
Encadeado com luz que atravessa o vão semivazio da câmera fria
Vislumbrei um futuro e tornei a si

Durma ou madrugue
Entre o hoje e a manhã
Sempre me ressoa o corpo
E eu fico de alma tocado
Em alguma nova canção
Entoado

Movimento II

As vezes paro
(Num movimento de cena)
E me vejo a tragar o momento
Com o olhar mirando o infinito

Em câmera lenta
Envolto na fumaça
Consigo perceber
Que estou pensando no nada
E de certas formas esse vazio me preenche
Me enche
Até transbordar

"Revolto", ao tempo das mulheres
Desaguo a cantar e dançar
Sem saber ao certo se entrei ou sai de um transe
Sinto que me expresso
Na verdade
Com essa eterna dúvida passageira
E assim,
Minha arte se constrói
Da incerteza

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Distrações

Os opostos se atraem
Os dispostos se traem
 

E os dispositivos?
Nos distraem?!...

Música II

Tocar-me-eleva
A um estado divino
Me sinto um velho
No corpo de um menino

Busca

Se tudo está imperfeito
Imagina quando a canção estiver
Às horas
No perfume, inevitável
Na poesia de compor
De tocar.

Ficamos em silêncio
E tocados, sem conseguir esconder,
Almas, mentes e corações, em uníssonas dissonâncias
A tecer as ânsias,
Nossas artes sendo uma em umas
Fio a fio
Notas?!
Pincelamos as notas
Tons e tons.

Nos perdemos naquilo que achávamos
Quando imaginamos que acabávamos
Sentimos um começo.

Pra nossa surpresa,
Uma colorida incerteza.

Vai ver, 
É isso que buscávamos

domingo, 6 de outubro de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Honra e Política

Tomado por um sentimento de pertença
No calor da batalha
Eu beijo a lâmina, e abraço a bomba
E minha língua prova o sabor do mal
A espada banhada em sangue real
Sem divindade
Honra
Nada de majestade
Apenas o real e cruel poder que obscura o homem.
Eu louvo a vida e a realeza simples do tempo
Nos anciãos sem ansiedades
A vagar pelas cidades
Nos líderes verdadeiros, que morrem ainda crianças
Sem infância.

Desintegro o asfalto e o concreto que soterraram minhas memórias
O medo ignorante e a coragem consciente e covarde do opressor
Que escraviza os sonhos, às religiões, as tribos!
E as transforma em nações
Em mercados (de almas) apenas!

Não. Não são minhas essas bandeiras, os símbolos, os hinos.
É vermelho, o sangue que corre em mim
E tantas vezes lavra a terra que insisto em ser nossa,
Assim como é verde meu espirito.
Minha mente é incolor.

É veneno teu sangue! E tu mesmo que te condenas
Azul, minha boca amarga de tua arrogancia
Nem teu espirito mais te pertence
E sua mente, sua consciência
São das cores que você nega
Perante a justiça dos homens
E há de negar
Muito mais que três
Milhões de vezes

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Caboclo de Asas II

Um dia, uma noite, eu sonhei com um anjo
Ele tinha as feições de um índio
E suas asas eram coloridas como o Araripe
Suas vozes eram suaves como um trovão
Seus olhos eram d'água nascente
Seus cheiros, de terra grávida


Ele me apontou a Iara. Sua mãe.
E eu me apaixonei.
Ou me encantei
Ou enlouqueci
M'olhei meu rosto na fonte
E Cariri,

Me vi

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Percepção

Quando escuto,
Fico pensando na cor, no cheiro
Na textura, no movimento,
O gosto que tem
A música
Nos sons perdidos e encontrados por ai...
Pelo caminho
Dentro e fora
Espaço
Tempo.

Pinto
Interpreto
Danço
Cozinho
Leio
Teço
Esculto
Exalo
Durmo
Sonho
Acordo
Rezo

(minha)
Música
É teatro

Não sou músico
(Até por respeito aos que me tocam)
Me sinto livre disso
Minha função
É intercalar os silêncios
As vezes, pode parecer com o que dizem ser arte
As vezes, pode até soar com o que dizem ser

Isso! Pra mim simplesmente importa o ser.
E o que manifesta minhas ideias
Por mais absurdo que apareçam
Não importa-me o que acham
Mas, a procura, a busca alheia
Me incentiva
A deixar-se achar.
O meio é apenas
Um rio
Por onde corre minha alma fluida
Da nascente
Até o poente

Do ar, da terra, do meu pé-de-serra
Até o mar e o além-céu

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desentendimento

Diz o poeta
Na dor da saudade
Nos confusos carinhos
No aperto das mãos
No beijo que beira a boca
Na respiração inspirada
Que eleva o perfume da flor

Insiste,
Que prefere não chamar de dor
A falta da rima que lhe falta
Nem de canção pelo pesar enarmonizado, dissonante.

O amor fere
Mas,
Cura
E é sempre maior que qualquer tola paixão...
Felizes nós, que preferimos a amizade da dança
A vida nos movendo com poesia.

E assim cala
Que não quis dizer nada
Quando não disse tudo
Porque é simples
Na poesia, como no beijo
Fica tudo subsentido.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Inspiração II

(para Mestre Aldenir, Beto Lemos e Hermeto Pascoal)

I
Por que negar a paixão?
Fingir esse sentimento tão real?
Tão verdadeiro...
Algo me paralisa por alguns eternos, segundo
Deixando meu cantar gritando mudo
E fico a escutar uma sanfonia
Que me enlouquece, e quase me deixa surdo!
Ouço as vozes. Tambor, batuque, terreiro
Nos confins do universo
Em lingua Cariri
Em meu juazeiro

II
Olhando daqui até parece
Que eu pedi a deus sem querer
Numa prece
Que ele te mandasse à mim
Essa canção que me veio
E desceu como santo a me possuir
E mesmo que por pur-pura inspiração atéia
Em semitons o meu peito se desmantela
E o pulsar é mântrico
Em subgraves quânticos
Manifestação divina
Em minha mente
Em sinais eletântricos

III
A deusa do bem
Que me fez cantar em abril
Em dias perdidos no calendário
Se manifesta
Em canções ingênuas de criança
Ou nas ruas, revolto, a explodir mudanças
Em mim no mundo
É meu amor profundo
Pelo o que parece que desconheço
Mas sinto,
Como sendo
Sempre O começo
Da febre que me toma os sentidos
E mesmo quando adormeço o corpo
E meu espírito desinbesta louco
A voar pelo infinito
É quando mais estou aqui
E percebo que está tudo dentro de mim
Por fora somos todos meio ocos
A paixão é assim
Um outro me toca
E eu toco o outro
Um pouco morremos
Mas muito vivemos
Renascendo
Numa polirritmia
A dançar de mãos dadas numa roda
A cantar singelas melodias
A sonhar Herméticas harmonias

Dueto

Vamos cantar algo juntos?!
Eu não ouvi sua voz (cantando), mas,
Vc também não ouviu a minha
Assim, fica um pelo outro
Num silêncio que advinha
Qual música será tocada
Um baião, um samba,
Uma suave marchinha?!
Tanto faz,
A música por si
Já fala por nós,
E vale por nós
Sendo poesia
Duas melodias numa só voz
Se vestindo de harmonia

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Por Dentro

Penso em você
Assim, do nada
Simplesmente
Parece poesia

É algo que não sei dizer...
Pois que me soa o corpo
E me faz cantar
Por dentro

Interlúdio Silêncio

Um leve frio dança noctívago
Anunciando o confortável abraço
Calor nos passos.
A lembrança veio a mim e voou
Como na voz de Iansã
Folhas e pétalas a colorir calçadas
E o som em perfume
Antes lento, agora alvoraçado
Esvoaçado
Dominando a madrugada
Inspirando a mim e a namorada
A bailar aos beijos
     Interlúdio silêncio
A embriagar-nos de poesia
Quem sabe ate o nascer do dia
Seremos novas melodias
Desenhadas em aquarelas de desejos?!
Feito a menina que não dorme,
A nos espiar pela brecha da janela
Sorrindo assim, bobos, somos como ela
O amor predomina nessa madrugada
Eu e tu aqui, cúmplices, em nossa arte entrelaçada
E ela agora, também sonhadora, inspirada!
A suspirar femininos desejos
Pela lua
Apaixonada

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Relatividade

Agora, a pouco, o relógio olhou pra mim
Como se eu fosse um corpo estranho a pulsar
Ele me resmungou por uns segundos

Algo que de qualquer maneira, só entendi no instante em que passou.
Eu respirei, suspirei, e entre seus tic-tacs, entrei no ritmo do vento
Parti seguindo, sentindo essa natureza, porque já era hora.
Antes sempre do que nunca...

Então percebi que a manhã se foi
A tarde
A noite se foi
Na madrugada

Fiquei pensando, inspirado
Na relatividade dos sentimentos

Enquanto o amanhã tornava-se hoje.

domingo, 4 de agosto de 2013

Devaneio III


Caminhava

Com o olhar atraído pelo vento,
E um tempo delicado passou por mim
Feito uma borboleta

Pairando vôo em meus desejos de música
Dançou uma valsa etérea em meu juízo
E seguiu
Transversal

Fiquei assim
Me sentindo
Uma lagarta
Sonhando
— com Geraldo Junior.

sábado, 3 de agosto de 2013

Um

Eu e você
Somos tanto quanto
Eu, e vc
Tanto somos quando
Eu e vc
Somos tanto

Somos tantos quantos um

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Capciosa

Mas vamos deixar desmarcado
Pra uma horação de descuido.

Assim como quem quer tudo
Assim como quem quer nada
Como se por um acaso,
Se for o caso, um descaso,
E a falta de razão,
Seja uma possibilidade de poesia

Me dê um pouco de intimidade
Um olhar perdido que seja
Pra que eu possa escrever
Uma canção que seja atemporal

Interprete a música
Eu canto o movimento
Dançaremos em busca de algo
Que não necessariamente exista

Nas coxias a conversa é outra
Os gestos, o silêncio
Estamos dos mesmo lados, opostos, apostos
As vezes a tragédia
Por vezes comédia
Mas nunca num entremeio comedido

Sem querer
Exponho a alma que se veste dessa paixão
E quem se emociona com as personagens
Que nos permeiam os contos
Talvez nem imagine o que ha delas em nós
O que há delas em nós?
O que nos faz atuantes

O desencontro desmarcado
Improvisado
Acontecerá
Nem que eu e você sejamos o palco
Pois que o nosso amor seja o teatro

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Transversos

As vezes nossas artes nos atravessam
Mas de algumas formas tão intensa
Que na distância, quando nos falta crença
Inspiração, tinta ou palavra ou cor
Parece que as saudades ficam as avessas
E é como se eu homem fosse a poeta
É como se ela mulher fosse o pintor

Dados Democráticos

Ontem-amanhã-hoje
Não me peçam votos
Apoio
Não me impeçam

Sou o mais forte?
O mais fraco?

Quem me impõe o juizo?
Onde fica minha loucura?

O que mais eu posso dizer?
Calo? Os calos?

Quem me ama? Me odeia?
Quem de mim precisa?
Me usa, me descarta,
Me tortura, me mata,
Me desmata
(Mas antes de tudo), me maltrata
Como um trator, trucidando,
Devorando os índios, as matas

Quem me defende? Quem me ataca?

Quem são meus amigos?
Meus inimigos?

Quem sabem quem são?
Quem não sabem?

Por coragem ou covardia
Por sabedoria ou desconhecimento
Por ignorância ou utopia

De quem é? O que é?
Pra quem é a democracia?

Que bandeira levantas ao deitar?
Qual é o estado do nosso coração?
Quais as fronteiras do espírito?

Porque não parece evolução,
O caminho que segue a humanidade
A cultura se transforma e sempre e agora?!
Quem será o próximo
Deus?!

Um palhaço?
Um ator de cinema?
Meu ex-cristão-gay?
Uma negra, loira, nua lésbica?
Um índio vestido, ateu,
Um pastor travesti?
Um sem futuro presidente evangélico
Isso seria ruim?
Pra onde vamos?
Que planeta é esse?
Quais são os meus direitos, humanos?
Ficamos presos aqui, assim?
Por tudo o que nos resta? Do nada?!
Louvemos às senhoras
Os senhores todos
Já estão descansados

Vandalizemos
Anarquizemos
A falsa paz burocrática
Vendida ou trocada
Por favores
Marcados
Dados
Sujos
Com'o
Jogo

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Desabrochar

Porque não desabrochar?
As pétalas de qualquer forma irão ressecar
São ciclos. Faz parte da beleza da rosa,
Abra-se, receba as cores do sol,
Mostre-se ao mundo em todo o seu esplendor
Doe o seu vermelho amor aos desaventurados corações
Com sua beleza cure a dor de quem na vida só sentiu espinhos,
O rancor dos que não se apaixonaram
Talvez por passarem desapercebidos
Pelos coloridos jardins, sem fins
Da poesia, dos sentidos

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Corriqueiro

Agora me deu uma vontade súbita de rir!!!
Eu ri! Estou rindo!!!
Aí lembrei de quando alguém posta algo corriqueiro
(acho isso normal, mas, é engraçado)
Tipo:
Acabei de entrar em casa.
Vi uma barata.
Escorreguei.
Boa noite.
Vou dormir!...
Só falta dizer:
(Como um bom cearense)
Oi! Estou indo cagar.
kkkkkkkk
Estou me acabando de rir!!!!
Rsrsrsrsrsrsrsrs
E estou sóbrio!
Isso é ainda mais engraçado!
Hahahahahaha

Não sei se estou rindo de felicidade
Não sei se estou rindo pra não chorar
Talvez eu chore de tanto rir!
Talvez eu esteja sonhando de tanto dormir
Quem sabe eu esteja acordando de tanto sonhar
Enquanto não sei,
Rirei!
Escancaro a boca a florir
Porque essa dúvida,
Que não me assola,
Não me importa!
Coma torta!
Como um palhaço, estou a me sentir
E talvez eu ria por me achar sem graça!
E essa lúcida gratuita felicidade
É mesmo uma linda desgraça
Estou quase pra me acabar
Mas não consigo parar de sorrir!

domingo, 16 de junho de 2013

Estrelas

Quando quero te encontrar
Sigo tua voz divina
Ondas desenhadas em pontos luminosos
No oceano eterno do tempo

E por alguns instantes sem fim
Estou contigo a cantar no firmamento

Os apaixonados suspiram o olhar pro céu
Alguns vêem estrelas cadentes
Outros, constelações
Ou o luar sorridente
Outros mundos a partilhar nossa intimidade
Em uma só felicidade e sentimento
Em mais um intimo ínfimo último beijo
O recomeço do universo

domingo, 9 de junho de 2013

Religião

Trago a bandeira verde
De penitência e missão
Caminhos dentro e fora de mim
Veias, veredas, coração

Às manhãs numa flecha de luz
Minha alma se transporta
Comunga a paz da minha terra
Fortalecida, irradiada retorna

Sigo a estrada dançando
Pregando poesia
Cantando
Essa é minha oração

Meus deuses!
Me tenham carinho e amizade
Não careço dó nem piedade
Louvo o Jesus sorridente
Sou crente no amor
Não sou católico
Não sou cristão.

As vezes entremeio
As vezes figurado
Vivo feito reisado
Livre! Bailo no salão
Essas máscaras são reais
Meus teatros rituais também são

Indio
Em transe
Em partes
Consciente
Meio-caboclo
Meio-negro
Meio-cigano
Meio-romeiro
Assim sou inteiro
E esse três pés de juazeiro
São três pontos no universo
Me dando direção

Sigo a estrada dançando
Pregando poesia
Cantando
Essa é minha religião

sábado, 8 de junho de 2013

Descansaço

Espero que estejas a dormir
Descansando a paixão que te aflora
E que o sonho seja o teu porvir
No momento sagrado da aurora

Quando o mundo amanhecer
Na luz-poesia que nos agora
Que a natureza tua possa dizer
Na voz do grande espirito 

Vem o tempo, vão as horas,
Mas o amor
Quando tem de acontecer
Sempre encontra suas formas

sábado, 1 de junho de 2013

Composição


As vezes busco palavras
Na ânsia de preencher o mundo
Porque estou vazio-cheio de tudo
Colorir vida nos olhos, como sonha o pintor
E me deparo com o absurdo
De tentar compor uma nova canção
Mas te confundo, não sei se danço
Enquanto toco a música que preenche a cena
Quadro a quadro...
Mas, não me enquadro
É maravilhoso e estranho.
Sou comum.
Como o azul-branco do céu
E complexo,
Como o canto escravo da oração do poeta
Em sua fé, pra os deuses, as deusas que ele mesmo inventou...
E as tristezas do mundo que ele toma pra si

Sou a ferrugem que corroe as correntes da língua
Sôo a voz que estronda
No coração, outrora bruto, da fera
Que me dominou
E assim, componho a atmosfera:
Cinjo a luz da minha terra
Fundindo os tons da aurora
Em imagens, em canções, no movimento das frases,
Assumindo o papel do artista
Que nunca acho que sou.
Quando te encontro e roubo as palavras
Que sempre foram tuas
Por desejo

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A roda

Eu aqui só no Ratatat!
Pum pum pá!
Em delays e bits violados
Geraldo é dois?!
Quem veio primeiro
Quem veio depois?
Quem sou eu, que vos fala, dos dois?

No que dará essa simbiose?
Realismos virtuais?
Uma paixão musicada?
Amor dividido por dois
É igual a amor ao quadrado
Pelas contas muito tempo passou
E quantos andamentos?
Caí (e me levantei) na estrada
Enquanto sempre
A roda nunca saiu de moda
Mas, isso já nem importar,
Agora podemos voar

Cantar de outras formas!

Artesanato

Não gosto de ser enquadrado
Com um rótulo, industrializado
Almejo meus nomes
E-feito as mãos,
Desenhados
Mesmo que sintetizado
Artesanato! Madeira, cera, barro
Que sejam cacos de vidro, arame farpado!

Penduricalhos e flores nunca são demais
Pra quem tece sonhos e sons na vida
Construindo a sorte de quem sabe o que quer.
Se for preciso renascer, que assim seja,
Reexisto em você, mulher

Se um dia faltar voz, saúde
Mas, me sobrar saudades
Eu irei te procurar
E se você não me atender
Me retorne ou não, quando bem entender.
Sei que estavas ensaiando teus teatros
E eu gosto disso.
Invente uma boa desculpa pra mim
E ficamos tudo bem.
Acredito em suas mentiras, assim,
Quando bem atuadas, entoadas.
Que assim seja, se essa também é tua arte.

Uma dança resolve tudo
Ainda mais se for improvisada
Não percamos tempo
A não ser que seja por tudo,
Mas nunca. Nunca meu amor por nada.

Eu faço meus passes e trejeitos
E você segue em seu bailado
Eu puxo a sua peça de entremeio
E você vem, invade o terreiro do peito
Como a rainha do reisado

domingo, 5 de maio de 2013

Aos Gritos

Não consigo sentir falta
Do pedaço de mim que te pertence

De minha parte
De minha arte
De tua parte
Sei que sou sempre bem cuidado
Mesmo quando me descuido
E me esqueço
Que te lembras de mim
Quando a saudade canta
E o amor se faz sentido em silêncio
Ao prenunciar
Ao pronunciar
Ao renunciar
O que fica dito pelo não dito.

Sabemos onde isso vai dar
Nem precisamos nos preocupar
A paixão da suas voltas
(Ja rimos muito com isso)
Porque ela é espalhafatosa!
Vai sem avisar, misteriosa
E volta inconseqüente
Aos gritos!
Carente, carinhosa
Cantando rock'n roll
Declamando poesia em prosa
Declarando seus desejos
De mudar o mundo

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Alma Cigana II

A vida passa
Nossa! Vidas passam!
Existências inteiras em segundos pela metade.
Como silênios mudos.
Nascem mundos
Dançam, gozam
Choram, cantam
Morrem, sonham
De eternidade em eternidade,
Efêmeros além de tudo

Passeiam nossas almas
Por corpos diferentes
Em paralelos, universos
Poesia é o que fica em nossas mentes
Partes dos eus
Nossos elos

O corpo é apenas uma estrada
Por onde trafega o espirito
E a partida e a chegada
Requerem de incerto, sacrificio
Um sorriso, um suspiro, uma lagrima
E assim, enfim
Recomeçamos.
Outro ciclo.
Outra vida

Alma cigana

segunda-feira, 15 de abril de 2013

sexta-feira, 29 de março de 2013

Quem manda em quem?

Foi brincadeira?! Ah tá. Quem bom...
Pois não era pra você ter vindo
De tão longe
Aqui!

Eu sei
Me perdoa! Mas tudo que eu queria era sentir
Você.
Sorrir.

Talvez
Seja tempo de ver de ser visto
De outra forma o amor!

Quem sabe essas canção nao nos diga
O que nao soubemos dizer
Ou ouvir
Admitir
Que passou.

Mas então, o que foi tudo isso?
Que nos re-voltou?
Voltamos?!
Apenas transamos?!
O que é isso em teu rosto?
Em teu pescoço
Saudade? Amizade?!
Carência? Demência?
Encosto? Macumba?
Obsessão?
Meu corpo no teu
Dançando.
Zabumba tocando
Minha alma de ateu!
Meu coração
Teu peito no meu
O suor que escorreu
Lavou a saudade
Levou a razão!

Assim pelo jeito
Pra falar sou suspeito
Mas creio que quem manda mesmo
Na gente, menina...

...É a paixão!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Lugar

Sempre conto com você
Quando estou assim meio triste
Sonhando acordado
Num dia encantando de um futuro qualquer
Com a esperança e a sorte que me atropelam
É assim hoje, essa vida corrida.
Esteja onde estiver,
O tempo voa em sua razão
Nem importa tanto
Deixamos o coração nas mãos da poesia.

O velho sorriso enferrujado no canto da boca,
Feito máquina de sorvete de circo, insiste,
Como o olhar pedinte ao disfarçar tranqüilidade
Pelas ruas do Cariri em romaria.

Sigo caminho, sou um cantador errante
Brincando de equilibrar-se nos trilhos.
Quando as memórias, indo e vindo
Se confundem com a fumaça e o apito do trem
Te reencontro na estação mais propícia.
Na próxima parada onde o destino
No meio da multidão, desapercebido,
Me entregará em mãos outro suspiro
Num reflexo desonesto comigo mesmo
Ainda duvido:
- Pra quem será?!

terça-feira, 5 de março de 2013

Luar

Onde estão meus amigos agora?
Por onde sonham?
Por onde? Dormem?
Que ares respiram?
Que amores lhes tomam? Quais paixões?
Curtindo? Compartilhando? Virtualidades?
Trafegam por quais realidades?...
A noite me trás, me atrai vossas lembranças.
E sempre que me pego dividindo meus desejos com o tempo,
Sei que me exponho, e que fico de alma nua
Sem lugar. Em qualquer lugar,
A ponto de voar do mais alto aranha-céu,
Ou vagando pelas ruas a pensar em vocês em mim.
Aqui ou ali. Me vejo assim.
Porém, sei que todos nos encontramos
Onde quer que estejamos.
Feito crianças ou poetas,
Olhamos pra o céu, a sonhar
E damos aquele mesmo velho sorriso
Quando nos deparamos com o luar

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Acordando

Sonhei
Que acordei cantando
Acordei
Que cantei sonhando
Cantei que sonhei
Acordando

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Navegante

Como um navegante louco ou um pirata errante
Como uma velha lenda, insisto em navegar em águas revoltas
Em atracar meu navio em alto mar
E o que me leva é a tempestade.

Minha voz vai até as profundezas, toca o chão submerso e sobe aos céus!
Cantando aventuras chego aos olhos do furacão.
Sacio minha sede. Água, fogo e ventania 
Pela lonjura dos dias

Mas, eu e o amor mantemos um trato
Paixão e liberdade em meu coração,
Cantigas sem dono pra imensidão.

Assim seguimos caminho. Não vou sozinho
Vamos eu, o sorriso, a saudade
E meu velho acordeão.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Endereço

Habito esse tempo
Mas minha alma vadia
Rodopia no espaço
Corre o mundo sem preocupar-se
E altiva brinca, sem endereço
Quer me encontrar?
Siga minha voz
Em algum momento
Seremos nós
E o mundo partilhará
Da antes minha
Agora nossa
Felicidade

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Música

Acho que meu amor ficou perdido
Onde? Não sei...
(Procuro em todos - os acordes)
Talvez na tarde, passado
Sem tempo desacordado,
Como um dia infindo
Uma noite insonhada
Que resiste em não se desvencilhar
Da madrugada

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tua Rosa dos Ventos

A flor que me deste noite passada
Abençoou minhas mãos
Tocou-me os ouvidos
Enfeitou meus cabelos.
Incensou meus sonhos,
Na manhã, coloriu meu dia.

Impregnou-me
Com uma saudade perfumada
Espalhou-se no tempo,
Tanto carinho
Mostrou-me um caminho
Tua rosa dos ventos

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Vivendo de samba

De canto encanto agente vai sonhando
De som em sonho agente vai se vendo
De vida em vida agente vai sambando
De samba in samba, agente vai vivendo!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Lembrança II

Prefiro dizer que perdi as horas, por aí...
Porque faz mais sentido o caminho cantando
Sem contar ou demarcar compassos
Compondo os traços no sentido dos passos
Os meus, os teus, já perdi a conta
Observando as flores da estrada
Quebrando caminho pelas veredas
Nem sei mais onde é partida
Onde é chegada.

Os sons, os cheiros, as cores
A lembrança confundida dos beijos

A saudade me soprando a face
Minha pele queimada
Pelo sol, o suor me escorre, teu rosto
E assim, o tempo que vivo é relativo
Estou no mundo, penso em meu povo.
As vezes pareço estar louco
Esse lapso de poesia é para poucos
E o que me traz a razão
Até pelo o que acredito,
É a fé que levas consigo
É o amor que trago comigo
E toda paixão que me impulsiona
Por entre tantos desejos

Os sons, os cheiros, as cores
A lembrança confundida dos beijos


Trem Urbano

Paciência, minha insistência
Como o Rosário nas mãos da senhora
No vagão, que não se importa com o tempo
Em horação

Insista um pouco mais. Tenha paciência.
Como a garota que seguiu com sonho do reencontro
Guardo seu rosto angelical, o olhar sedutor
Seu visual retrô, em contraste com o vazio preenchido
do metrô

E aqui é assim que a vida segue
Como os olhares inertes sentados ou de pés
Anestesiados, sistemáticos,
Mas de alguma forma vivos
Como o vendedor ambulante
Que deu de graça à todos
Seu verdadeiro e banguelo sorriso