As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 25 de junho de 2011

Amálgama

O que ficou de nós foi apenas uma vida inteira
De duas partes, a ser vivida, num só corpo.
Pois hoje eu acho é pouco
O que restou foi tudo
Um todo, um sonho realizado
Sem motivos pra voltar atrás
Tudo ficou pra frente
Em meio a tantos amigos
Familias
Tanta gente...

Estranha-me

A forma como tudo começou em um fim.
Esse é um recomeço que temos
Num fracasso bem sucedido,
Bem resolvido
Bem vivido
Ao menos.

Hoje, depois de tudo dividido
Apenas ficou o que juntamos
Essa vida
Inteira
Parida

Nossas velhas lágrimas.
Nossos novos sorrisos.
Dividindo um mesmo rosto

Estás aí?

Não consegues ver? Sentes?
Estou a cantar outra vez, como nunca
As mesmas palavras de sempre, mágicas
Nas cores que circundam teus eternos versos.
Seja numa roda de poesias que te faço
Ou numa valsa que apenas sinto
Eu lembro de ti, e pronuncio teu nome
Mesmo quando não posso

Querida, ainda estás aí?!
(- Prefiro não abrir os olhos...)
Vamos, diga pra mim uma coisa, tranqüila
Uma daquelas suas histórias tão lindas
Pra que eu possa voltar a lhe sentir
Mesmo que nunca tenha estado acordado
O que seria pra sempre
Ou pra o agora?

Agarrado em tua lembrança
Queria sonhar pra te ver sorrir
Mas a saudade, menina
É uma senhora
Que não quer dormir

Passou

Não.
Não falo do que eu tinha pra ti
A questão era sobre
O que tu tinhas pra mim.
Tudo.
A luz que transpassava tua aura
O som que ecoava na tua alma
E a certeza da felicidade.

Acontece sem querer
Guardei também, todas as respostas enfáticas, atordoosas, maltratantes
Até as silenciosas

Sim. Tudo bem, eu sei que passou, não é?
No fundo o que trago essencialmente comigo,
Talvez, além da dúvida,
Seja a certeza do melhor pra ti
Teus conselhos sempre, presentes.
Engraçado falar hoje no tempo passado.

(Em meu peito musicado uma saudade-violão
Me assola quando emsagrado sangro um solo
Quando acordo e acordas,
Empunho um vento-garganta
E sopro a poeira emlembranças
Do meu coração.)

E enlouqueço quando tento
Tua ausência enfrentar
Em minha fome, minha sede
Lhe transformar

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Harmonizado

- Sem você, minha música
Corria a gritar silêncios insensatos.
Mas em sua presença, vivo, num transe divino,
Rodopio e traduzo sonhos!
Quando em vez, rogo o futuro
Sintonizo em teu templo sagrado
E ouço o som dos antepassados
Em canções de bençãos e sabedoria.

domingo, 12 de junho de 2011

Reencontro

Ela retornou, trazendo nos olhos, claridade
Cantando em trovões e estrelas cadentes
Riscando o céu, com seus lábios
Pronunciando lunares encantos

Eu tinha sua razão em mim
Encimando-me, ensinando-me, existências.
Na face, o sorriso de quem ama
Com uma paixão que sustenta-se,
Na realidade virtuosa dos poetas

Ela falava na voz dos astros.
Com todo seu corpo
Sentindo o tempo
Nos dedos,
Pincelando cordas
Desenhando músicas
Lendo mãos.

Nos olhamos
Suspiramos
(eu senti sua respiração)
Seu hálito quente beijando meu rosto

Ela falava de infinitos na língua dos ventos.
Arrebatava meu peito, a flor de seus gestos
Silenciava meu canto, a cor do seu sorriso

Eu fiquei ali como uma criança
Em sua voz, em seu colo, embalado
Dominado por sua luz intensa
E feminina presença,

Apaixonado.

Antes eu desconfiava
Toda minha vida era você

Agora
Tenho certeza
Ao te rever