As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Soando

Agora penso que sou simplesmente aquilo que canto!
Mesmo quando calo ou despronuncio silêncios!
Meu olhar quando interpreto, meu movimento
Os gestos, o trupé dos meus passos
Nada teria sentido
Tudo estaria incompleto.
Se não fosse a música em meu peito
Minha alma já teria partido sem jeito
Por não encontrar vida em meus versos

terça-feira, 19 de abril de 2011

Infelizmente,

A liberdade não nasce do silêncio.

O próprio direito do silêncio,

É uma conquista do grito.

Meus Versos

Que segredos são esses que te vestem,
De quando em vez, quando me despido?
Quando desperto e me disperso em teus versos,
Ao provar dos desejos de tua pele?
Que voz é essa que te encanta e cala
Que estronda feito beijo e profecia
Nos finais de todas as nossas noites
De todos os nossos dias?

Que amor é esse que te distrai e atrai a confiança
Quando se sentes criança a brincar em meus braços
Que te rabisca, te colori os traços, que te balança

Quem é você que me lê?
Quando quer me entender
Que me consome
Quando, da forma que quer
Quando bem-me-quer,
Me interpreta
Me recita
Me excita
A palavra
Em versos
Os sons
Em canção

Os sentimentos que descrevo
Ou os que não me atrevo
Ou os que não consigo.
Não

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Entregue

Admiro tua simplicidade
E a cada momento de descubro mais assim
Complexa como a força de tua beleza
Cantiga de roda, loa, peça de reisado
Feito lua, estrela, cigana ou borboleta

Nada de complicado em seus exigentes cuidados
Tudo de suave em suas certezas de menina
Doce em teu silêncio
Tempestuosa em tua voz cantante.

Tua gentileza chega a ser agressiva
Quando defendes o que acreditas
Impondo teu olhar de felina

Teu perfume chega a ser um abuso
Quando te recolhes em teu mundo
Mas deixa soar pelo vento
As cores de tua alma-rosa

Exalando essa nobreza pelos poros
Espalhando pelo tempo, timidez
Teus mistérios que me envolvem, carinhos.

Se eu te trago um sorriso entre os dentes
Meio bobo, ou menino palhaço mateus
É porque te vejo e de alguma forma lembro dos meus
Dos dias mais lindos que pude viver e sonho
E lembro e penso que tudo pode ser melhor
Que você pode ter consigo
Os sinais que busco pela existência

Um amor tranquilo, uma paixão que seja
Mas sempre uma poesia, e que nos dê certeza
Que não é atoa que tua beleza me encanta.

Em teu silêncio, te vejo canção
O teu olhar de imensidão
Teu cheiro dominou meu instinto
Assim entreguei-me ao que sinto
Me chego e nos deixo em tuas mãos