As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 14 de agosto de 2010

Senhor do Sonho - Warakidzã

Quando a verdade descer nos meus olhos
E o destino vier nas encostas
O sol me trará novamente
A luz que preciso pra me encandear

Aí serei como o fogo
Descendo no alto da serra
Trazendo na roda do tempo
As horas que marcam o desencantar

Vem que o destino chamou
E é chegada a hora de revelar
Vem que que o fim desaguou
E a grande pedra vai rolar
Eu ja traguei do meu fumo
Guardado comigo o ano interio
E agora revela o teu sonho
A baleia que irá despertar
Com a virgem trazida em seu dorso
Ela nos guiará

Sina de Tocador

Foi no Cariri
Que eu nasci e me criei
E bem cedo eu botei
Na cabeça: - Eu vou tocar!
Eu tive que lutar
Pra poder ser tocador
E a vida me ensinou
A ouvir tudo e cantar

Eu sofri muito
Pra chegar onde queria
Engoli noites e dias
Vomitando sofrimento
No pensamento
A vontade de vencer
No peito muito a dizer
E na mão sempre um instrumento

Posso até ser
Um cantador sem muita sorte
Mais se a vida fez um corte
No meu peito penitente
Trago essa dor
E a canto com alegria
Essa é sabedoria
Que alumia o meu presente

sábado, 7 de agosto de 2010

Arranjos, flores, notas, acordes, melodias, timbres, cores... algo assim.

Uma fórmula...
uma forma, uma norma?
Não... Não há.
Pensar, sonhar,
Imaginar que tudo o que quiser, será
Esse é teu mundo
Sentir, fluir, chorar, sorrir
Rimas óbvias, sentimentos
Esperar os momentos!
Fecundar idéias
Maturar abstratos.
Parindo um desejo
Ele se torna fato.
Componho realidades
Com uma matéria prima que não existe
Ou que pelo menos
Não estava nesses planos
Mesmo assim o instinto não desiste
O cheiro do caminho, amores, desenganos

E a certeza do nada!
Isso já é tudo.
Ter um absurdo,
É o que precisava!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vai e Vem

Quando estás a me fitar
Reconheço-te através do seu olho direito,
No fundo da retina,
Onde tua graça se faz menina,
E a alma descansa as ilusões da matéria, em recomposição.

Da saudade que se encontra e conta
E se esconde nos ciclos da lua,
No movimento da tardança de tuas vontades
Entre um passe e outro
De dança e energia, em transformação

Vem, me dê a mão simplesmente
Não nos encontramos por acaso.
E o destino agora nos soa
Como uma canção que ressoa
Como nunca, foi, e eternamente. Ação e reação.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Palavras que voam

Se um dia eu te der palavras que voam
Não saia voando com elas
E me deixe aqui falando sozinho
Não se enalteça com meus versos, minha donzela

Meus sonhos são tudo o que tenho pra te dar
E é o pouco que jamais me pertenceu
Pois meu sonho pertence a quem sonhar, Deusa-mãe
E ao nascer eles vão a quem os acolheu

Mesmo assim, ainda alguns crescem ao vento
Se espalhando na forma de canção
E atravessam qualquer espaço tempo
Só pra se enraizar no coração
Já canção.