As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Caminheiro

Se avexe meu destino
Que eu não espero mais nada
Já estou envelhecendo
E ainda sigo nessa estrada

Desde quando eu era jovem
Que eu sonho com a chegada
Em uma terra distante
Que me dê paz e morada

Pre'u poder cantar repente
Menestrar nas alvoradas
Pois de lá de onde eu venho
Onde a morte castigou
Tive coragem eu lutei
Mas a seca ecoou
Numa cantiga encarnada
Que quase me dominou

Lá não podia cantar mais nada
Não havia nada vivo
E a morte não canto mais não
Pois o poeta quando canta
Ele canta de coração
E meu peito se encheu de morte
E tristeza não aguento mais não

Hoje eu sigo pela estrada
Entoando a solidão
Procurando u'a melodia
Pra alegrar meu coração

Minha Rainha

Minha flor morena
Tão cheia de cores
De tantos perfumes
De tantos amores

Onde me cabe em seu peito?
Onde me cabe em sua corte?
Como um bobo dos teus desejos?!
Um saltimbanco de tuas paixões?!

Oh! Minha Rainha!
Vinde em tua realeza
Em tua força
E tua delicadeza

Árabe, negra, cabocla,
A rodopiar feito criança
São minhas as tuas asas?
Seja tua minha esperança!