As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Fala! Tudo Bem?

Salve!
Tudo na paz
Seguindo em paz
Fazendo as pazes
Comigo mesmo, né?
Em meio a essa guerra
Buscando o equilibrio
Entre a luta e a poesia
A mente e o espírito
Endurecendo sem perder a ternura
Envelhecendo sem perder a doçura.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Fogo Fátuo

O tempo é fogo fátuo que por vezes
Nos assombra em nossa caminhada

De onde ele vem, pra onde ele vai?
Pra onde nos leva quando se esvai?

Êh vida cigana! Seja em nossa caminhada
Estrela fagulha, candeia na estrada
Ilumina os caminhos dos mundos
Pois que aqui, anos são segundos
Vivemos tanto e não sabemos nada

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

calmaria

A ventania vem
O ar muda a densidade
Observando o alvoroço das nuvens
Percebo a virada do tempo
Mas nas distantes alturas
Ja não ando tão despreparado
Pra mais uma tempestade
E consigo até ouvir
A canção da chuva
A dança dos ventos
A poesia dos raios

Rogo para a natureza
E até prevejo a tão sonhado brisa
Medito pela tarde em calmaria
Com uma sensação que me instiga
Ao autoconhecimento

Redescubro a paixão em mim
Mas ela já não me governa
A euforia teve sua vez
A afobação já teve seus dias
É tempo de amadurecer os desejos

O amor sempre deixa boas sementes
E nos concede a evolução
Nos floresce de sabedoria
Que a nossa amizade nos conduza
E nos mantenha a conexão
Pela lonjura das vidas
Para que atravessemos
As próximas tempestades
De mãos dadas, sorrindo
Cheias de velhice
E infância

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Dedilhados

No tempo inexistente
Do intervalo menor entre nossos versos
Entramos em sinfonia com o silêncio
E de alma ressonando além do corpo
Dos universos visível de tua janela
Ouvimos o cantar da noite
Enquanto não dormimos

Entre um ponteio e outro,
Entre tantas melodias infundadas 
Em nosso leito, buscamos uma harmonia
Onde caibam nossas dissonâncias
Polirritmias, quem sabe quânticas,
Nos envolvendo os pulsos
Sambando as pernas
Revirando os olhos
Enfeitiçando os dedos

No baião da viola
Sonhamos com o mote
Dos próximos versos
Que virão de improviso
No desafio de quem ama
Na poesia apaixonada
Anacrônica, romântica
De quem vê e faz
Poesias ao luar
Sem sentir-se démodé
Assim temos tudo o que precisamos
Tudo o que sonhamos
Sem nunca esperar que a vida nos dê

domingo, 6 de dezembro de 2020

Tardança

Não quero
correr desesperadamente
apressando a vida
nem a sensação
do tempo perdido
É preciso entender
A leveza e a gravidade
Encontrar-se
no espaço
Entrar em harmonia
com o espírito
Para que o tempo seja
Apenas mais uma dimensão
A ser percorrida