As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

#OsOlhos

Na falta da gravidade
Ou na fluidez da luz que se ia
Sobre o corpo deitado
Que reluzia
Uma gravidez imprevista
Às ideias
Delineando
Melodias
Contornando e entrecortando
#os olhos
Estáticos
A fotografia de si
De cima
No meio do dia
Como Caetano cantando Sampa
Atraindo Narciso à um contrariado samba:
- O que não é espelho e nem belo pode ainda ser poesia
Dependeria apenas do olhar?
Do desleixo da imaginação?!
Porque até então,
Se houver alguma voz
Estaria ela guardada
Atrás das pálpebras
Talvez dançando a parte
Onde o devaneio resista
Ao barulhento silêncio da tarde
De minha odisséia Paulista

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Dona dos Ventos

Lá vem setembro
Em sua glória
A dona dos ventos
Já bem sabe os meus segredos
Todas as cores viram encantos
Prenunciando o perfume das manhãs

Lá vem setembro
Doce mistério
A minha amada
Corresponde aos meus desejos
E me dá flores quando lhe canto
E assim trocamos sorrisos pela estação

Vamos seguindo caminhos
Nunca estamos sozinhos
Entre a saudade e o reencontro
Entre as vidas em confronto
Que veem em vão
Gozamos todo amor
Dançando quando há dor
No coração

Lá vem setembro
Em sua glória
A nossa história
Renasce na primavera

sábado, 19 de setembro de 2015

Vamos Dançar

Não fique triste assim
Porque se foi o verão
O frio que está por vir
Não chega ao teu coração

Pois tens o meu aconchego
Todo o calor dos meus braços
E entre beijos e abraços
Virão outras canções

Não tarda o sertão fulora
Virá o canto dos pássaros
E brincarão os reisados
Não mais seremos tão austeros
Teremos muitas histórias
Lembrando nosso passado
Então seremos memória
Como nossos antepassados

Agora vamos dançar
Pois só amor transforma
Desde as leves desilusões
Ao ódio das tristes almas
Das agitadas guerras de outrora
Às atuais depressões mais calmas

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Intercâmbio

Leve
Levo a inspiração
O ritmo, as batidas do teu coração
Deixo um pouco da minha voz em teu corpo
Que te passei quando beijei teu rosto
O som na língua nas mãos
Trago o bailado fino de tua dança
E o encantamento de quando te toquei as pernas
Como se fossem meu violão
Deixo um tantinho assim dos meus desejos
Como se fossem desvendados segredos
Dedilhados do pescoço até o tendões 
O desenho de tuas costas
O antigo mapa e rosa dos ventos
Onde escrevi essa canção
Por fim a dança a troca
Deixei muito contigo
Deixaste tanto comigo 
E decifrando versos eu sigo
Em todo impossível amor que de tão antigo
Em seus círculos, vida morte e ressurreição 
E tão honesto, tão íntimo, tão amigo
Transmuta-se como a lagarta em borboleta
E segue sua evolução
Não tivemos nada e tivemos tudo
Música dança teatro e poesia
Tudo se funde se confunde
No ensaio das vidas
Respiro
Suspiro
Me inspiro
No ritual da paixão