As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meu peito-oratório

Ê saudade esquecida
Que quer criar vida nessa escuridão
Não faz de meu peito oratório
E de purgatório o meu coração

Meu desejo se foi com o tempo
Contra-tempo de todo querer
Mas você entoou seus lamentos
Com benditos pra disparecer

Teu desejo foi pecado e seguia
Pelas ruas penando a sofrer
E de velas acesas pedia
Pra o meu canto lhe interceder

Mas meu canto penou um bocado
De joelhos rastejando ao chão
E a penitencia rasgou meu peito
Com o querer sem jeito
Que nos deu tanta canção

E agora compondo eu me lembro
Que nas noites de oração
Minhas promessas seguiam teus olhos
Nas candeias, sem fim procissão
Entoando tristeza e alegria
Nas ladeiras de teu coração