As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Transmutando-se



Porque tantos pensamentos arredios?
Estou confuso
O cheiro mutilado da saudade agredida por um temporal de lagrimas.
Agregadas pelo Meio.
Feridas pelo homem.
O quê colher dessa tristeza?!

Inunda-me os sentidos a tua ausência

Vim aqui, te trouxe lembranças
Caminhei léguas de esperança
Sem nem ao menos uma promessa
Um gole frio de um beijo não dado
Por meus delírios de sede, guardados
Amores.
De paixões que fossem (das dores)
- uma rima desnecessária...
Uma explicação pra esse fenômeno sobrenatural de meu peito
Porque o solstício dos olhos se aproxima
Minha mente entrará em conjunção com minh’alma
E a profecia de dentro de nós se realizará
Transmutando essa realidade

O fogo que me queima é interior, por fora, apenas reflito a beleza da flor que observo
Nos dias distantes à minha natureza...

Alquimia e destino
Fundindo-se em meu peito.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Contradição

Ela disse adeus
Mas a voz é de quem vai voltar
Ela nos perdeu
Mas pra poder se encontrar

E o que vou cantar
É pra lhe dizer
O que não consigo falar

Eu lhe disse adeus
Mas num tom de quem vai cantar
E o que se perdeu?
Ai! meu Deus
Me dói lembrar

Queria estar sorrindo
E até tento
Mas os meus olhos
Insistem na verdade
E a boca sem vaidade
Nem tenta disfarçar

Quem dera estar chorando
Talvez fosse melhor, quem sabe?!
Mas minha face se perde sem semblante
A luta entre palavras sem alma
E um olhar que não se acalma
Distante.

Desencontrado jasigo

Descanso, não muito em paz
Em meu eterno repouso inquieto
No socorro
Meus restos mortais
Fundem-se a terra
Minha alma
Sem calma
Clama o céu

As chamas das velas
Os pés descalços
As promessas...

Ouço as preces
Elas me acalantam
Sem me deixar dormir

Antes fosse o limbo, o purgatório
Minha desencontrada estadia nesse mundo, aqui

Porque ando confundindo
Vida e morte.
Existo sem saber
Com lembranças
Guardadas em minha essência

Nem mente ou coração
Vivo-morto numa singela saudade
Vagando pelas ruas da cidade
Uma alma servindo-se da razão
Cantando uma renitente ladainha
Aboio de alma vaqueira, sozinha
Pra suportar a solidão

Hoje só acredito no que não vejo.

Na romaria de desafinados
Ouço teu nome ser
Meus desejos não realizados
Esperar, é o que posso fazer.
Enquanto isso canto essa canção.

Porque alguns acham que me escutam, outros não.
Mas isso não sou eu quem decido...

Palavra da salvação.