As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 19 de junho de 2010

Desapercebida

Por certo ela chegou e não percebeu
Assim, não imaginava o céu
Sonhou distante mas pensou que era apenas um dia comum
Não. Não era!
Minha razão fez festa! Dos sentimentos nem falo!
Enquanto Kahlo, te escuto tanto em meu juizo!
Desenhemos a vida, que sejam amores e desgostos
Pra mim tudo passa pela expressão do seu rosto.
Os traços e linhas na palma da mão.
Vejo as telas, os filmes, ouço canções, leio Clarices
Não consigo assistir o espetáculo sem dar opinião. Eu sabia,
Quando ela percebesse meus olhos em gestos de paciência em dança
Talvez nos poupasse outra existência.
O que seriam desejos do corpo?
O que seriam necessidades da alma?
O sexto sentido feminino é o que nos salva
O instinto maternal indicou nossa divina providência.
Era o milagre da poesia em nossas vindas
Renascendo 

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ancestrais

Ela me dará outra canção?
Meu peito involuntário se contrai
Aguardando impaciente em oração
Ela me consome o coração

Mas o que construí
Não se desfez
(Ai!) Não se desfaz
E ha de não se desfazer jamais!

O passado, os ancestrais
Deuses tortos
O porto, o cais
Da igreja da sé à matriz do juazeiro
É o caminho de um mundo inteiro

A partida, a chegada
O reencontro, o confronto
O crescendo na orquestra!
Eu fico tonto.

Me prometeste uma existência longa e de prazer
Viver o amor, a bel felicidade
Warakidzã, o sonho, o rito de passagem
Rompendo os ciclos de nossa imortalidade

Que nos atrai
E se refaz
E nos disfarça
Só para nos reconhecermos mais

Ancestrais!

Minha menina, te dou tudo o que quiser!
Porque por ti, conheço o perfume da flor
Sou cariri, meu destino é ser cant’a dor
Vi a mãe d’água!  Sei teus segredos, mulher!

Ela me dará outra canção?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Três cocos siricora miudinha, sabiá

Três coco siricora miudinha, sabiá
Três coco siricora miudá

Eu to doido pra viajar
Visitar a minha gente
Guarnecer o meu repente
Com a poesia de lá
Pro Cariri eu vou rumar
Levo meu amor comigo
Pra não ficar de castigo
Quando a saudade apertar, ô sabiá!

Três coco siricora miudinha, sabiá
Três coco siricora miudá

O Cariri é meu lugar
Tem fartura e esperança
Do Rio trago lembrança
E saudade dos carnavá
Se meu peito num se aguentar
É por mó da minha pequena
Sua beleza já me acena
Me pedindo pra eu voltar, ô Sabiá

Três coco siricora miudinha, sabiá
Três coco siricora miudá

Com o peito a improvisar
Uma cantiga onipresente
Hoje choro sorridente
Tão feliz, vou me acabá
Com o meu oxe e a chiá
Feito um samba na taboca
Um forró Caririoca
Pra vocês eu vou cantar, ô sabiá

Três coco siricora miudinha, sabiá
Três coco siricora miudá

Três coco siricora miudinha, sabiá
Três coco siricora miudá

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Valha!
Por pouco não me atraso!
Olhei pra o relógio, e vi por acaso...
Que já era hora de ser amanhã!
Oxe!...
Acho que acabei de ter um surto de saudade.
Agorinha mesmo, por um instante
Pensei ainda ser ontem.