As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 31 de agosto de 2008

Letra e musica


Ela me deu um sorriso e nos despedimos
Nos despimos de qualquer ilusão
Pra nos vestirmos, as noites
Pra que minha viola notasse a nostalgia
Com a qual se faria essa canção

Voltei os olhos, ela me olhou e também me viu a olhá-la.
Eu só esperava o um próximo dia, uma próxima tarde
E um qualquer motivo pra descrevê-la

Mas, porque não agora?!

Seria óbvio?!

Uma paixão que rabisco em você
No tempo presente, no tempo restante

A saudade não se conjuga em prantos
A mágoa não verbaliza carinhos
A tristeza não me é um adjetivo que escolhi.
O fim não é substantivamente o bastante pra nós!

Minhas palavras de um português comum
Não ignoram a gramática de nossos desejos quando me expresso
Porém, admito que a musica de meus versos
É tudo o que tenho pra te conquistar

Por isso

Leia essas palavras cantando
Ouvindo os sons que lhe sonho
Sentindo o amor que lhe sinto

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Palavra por palavra



Caminhamos
Sol'letrando nossas poesias
Sentindo o efeito dos sentidos,
Sentidos,
Mas, vividos em cada fase e frase
De nossas vidas con-fundidas
Nessas paginas que não existem
Mas por amor insistem! Existem!
E assim são,
Como nós,
Verdadeiros(as)

Escrevamos e vivamos nossas vidas
Tatuando as retinas com a flor desses versos,
Os ouvidos com nossas preces apaixonadas
Ecoando no vento
Palavra por palavra

Força x poder!


Teus dias se vão como
Fossem estrelas cadentes
Teu sorriso é de repente
Quase nem pra sonhar
Teu ciclo é lunar
Tua história é diferente
Mesmo assim sei que agente
Segue num mesmo caminho
Entre rosas e espinhos
Teus desejos de mulher

Me azunhe, me devore
Quero ser os teus instintos
Só assim tudo o que sinto
Poderá te realizar
Pois enquanto eu cantar
Com teu cheiro em minha mente
As palavras simplesmente
Vão rasgar toda incerteza
Com você não há tristeza
Entre nós não há mistérios

Eu não tenho forças pra te domar
Mas eu tenho poder pra te conquistar!

Dançaria pra mim uma última vez?!



Nós queremos em nossa liberdade
Construindo efetiva e afetivamente
Os elos que nos protegem em nossas saudades

Teus braços de luz, bailando
Teus abraços de sol e teus olhos...

Dançaria pra mim mais uma vez?
Eu lhe canto sempre que quiseres
A vida nos tornou assim,

Após um sono de incertezas
No sepulcro das vaidades
E velas acesas pra o destino

Sigo nas procissões em teu louvor
O andar do andor
Adorando teus rosto de santa
Com tua voz em minha garganta

Flores, rosas. Incenso.
Um sacrário de sentimentos
E um rosário nos dentes.

...Esse teu manto de espelhos
E bordados coloridos

São pra ti minhas peças de reisado,
Minha senhora das dores
E dos prazeres
Aquela que por mim compadece
Quando me perco em penitência

Te desejo em sua essência
Em minha consciência.

Tenha paciência
São tuas, as cores do meu mundo
Realidade ou sonho profundo, tanto faz!
Visão clara de um absurdo de nós, que seja!

Tudo isso é amor
Quando canto!

E não deixa de ser amor
Quando calo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Enquanto dormíamos


Fugiam fagulhas de luz
Dos teus olhos fechados dormindo

Davam-me canções tão belas
Teus lábios deitados sorrindo

Entre eu e meus pensamentos
Entre tu e os teus sentimentos
Entre nós, uma rosa dos ventos

Entre-tantos, caminhos...

Luzes na estrada dos sonhos
Insono
Tu dormes e eu acordes
Candeias, orações
Ladainhas, estações

Me deste uma coroa de espinhos
Mas junto, dor e direção

Tu acordada e eu dormindo
Destino, sacrifícios
Dúvida e decisão

Realidade ou não?!

Cansamos!

Acordamos?! Dor-mimos?!

Olhos fechados sorrindo
Boca entreaberta luzindo

Murmúrios

Paixão

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Seca nos olhos

O que eu tenho que te faz chorar?
Que sina é essa que me atrai teus desejos?
Vivo nesse vale de lagrimas
Cantando tua longetude
Ando com os nervos pisando em flores
E essa saudade insaciável

Eu também sinto essas dores!

Mas não consigo me ver em prantos
Nem vencer à tarde que me prende sem sono

Calculo o tempo pelos astros
Mapeio nossa relação com signos
Tatuo essa aflição em meu corpo
Mas sem sentir, atuo e escondo do mundo
Tudo o que eu já vivi nesses dias de tristeza

A certeza que tenho, e me dói
É que não consigo lacrimar minha infelicidade
Nem morrer de desgosto por ser assim
Sofro ao te ter longe de mim
Pois não te quero fazer mal...
Te agredir com meus beijos de sal
Te prender com meus olhos no céu
Te marcar como um bicho no cio
Te ferir com meus abraços de sol
Te entrigar como o hemisfério sul


Hoje vivo uma seca em meus olhos
Por isso essa distancia...

Doentia Saudade

Porque me deixaste assim?
De alma gripada, febril?
Moca pra te ouvir desculpas?

Sem nem palavras mudas
Gestos,
Um olhar.

Queria me curar agora
Com as rezas de Comadre Luca
Os chazinhos de mamãe
Os abraços dos amigos!

Que meu corpo construa essa saúde
Expulse as árduas mágoas de cantor, ator
Palhaço, dançarino, brincante-menino
A pintar no vazio, poesias com sangue!

Mais nada de lágrimas e dor!
Nada que me deixe mal-curados e tristezas!

Quero algo pra desafiar
Desafinar
Amofinar
Essa minha renitente
Doentia saudade.

Espírito de Barros




O que é isto em teu rosto nu?
Marcas de uma outra vida não mais tua?
Será que outro podem ver o que vejo?
Estes traços de vaidade
Escondem-se de mim quando "não sou"?

Te vi agora por um ângulo incomum aos nossos contos
Te desconheci só agora, por insistência do meu orgulho, acho
A décadas, nas dúvidas, nas dívidas transformadas em dádivas,
Eu escolho o que nos agradar em memória do que não houve

Não, não irei só por mim sem traçar os planos através dos tempos
Porque é nesse meio termo de uma paixão
Que deixei pra trás tantos livros vividos pelo chão
Pois na realidade, estão em meu coração,
A experiências nos olhos dos que escrevem sonhos
As margens dessa visão de tantos espectros
E aspectos introspectos

Aceitaria uma volta ao mundo?
Uma flor, um jardim suspenso!
Todo o absurdo contivel
Em uma bobagem minha?!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Simples!

Em outras palavras

Entretant'as promessas

E eu não pude te dar aquele carinho

Porque ele não era meu...

Da mudes e dos gritos

Ela tem os meus segredos
Contei todos no pé do ouvido
Antes, durante e depois dos pedidos
Dos sins e nãos, confundidos

Ela sabe de tudo, de todos
Os meus nexos com o infinito
Da mudes e dos gritos!
Da hora passada e aflita,
Da alegria sóbria e bendita
De toda a história
Que não jurei nem desmenti.

Inventava tudo pra te agradar.
Era o que eu sabia fazer, cantar.

Francisca foi cega, surda e muda
E numa viagem pra o maranhão
Relembrou de tudo e assim ficamos, claro,
Ela tinha aquela mesma sensação
Que ao voltar tudo seria diferente
Corpo, mente e coração
Soando, incandescentes.

Que saudade desse tempo!
Vou me banhar em tua saliva
E usar a camisa verde oliva
Que tu me deu quando voltou
Daquela viagem pro Maranhão

Ela tem os meus segredos
Cega, surda e muda
Ai! Francisca, minha boneca
Ai! Francisca, minha princesa.
Tudo muda de lugar
Mas nosso amor não muda,
Canta! Grita! Esbraveja!

Quero te ver e ouvir
Te abraçar e cantar
Nossa grã-felicidade
Do Maranhão à saudade
Do meu silêncio à você
Um xote, um reggae
Um rock, um Iê, iê, iê!

Leio olhar e escrevo sorriso

Já que é assim,
Que ela me desse um motivo para amá-la
Nem precisaria ser um motivo real
Poderia ser algo inventado
Isso! Uma mentira!
Uma estória criada pra me conquistar os planos
Um conto de fadas
Um canto de fados
Um destino com-fundido como espelhos

Que minh’alma trague essa vontade em fogo, vidro e prata
Que eu mereça a possibilidade de querer-te
Que você me dê uma chance de conhecer-te
Que eu possa absorver todas as suas palavras
Lendo o sorriso, o olhar

A palavra escrita nas costas de quem carrega o peso
E a escolha do amor incondicional

Independente da verdade que se acredite ou invente
Vou refletir sobre o que tu me trouxer com carinho
Irei ver com calma essa sua idéia e vontade
De me convencer a acordar pr'esses sonhos

Enquanto (isso) não descanso?!
Fecho os olhos.
E apenas...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

E a relatividade do vento?!

Olha, precisamos de beijos, virgulas, lagrimas e poeira nos cantos da casa!
Precisamos de tudo! Mas que nos venha nada ou até um pouco de talvez...

Entender o vazio, ao encher-se de tudo,
Encontrar um equilibrio.

As mãos no escuro percorrendo o corpo
A surpresa do amor sonhado realizando-se!

Querer as vezes é pra todo sempre!
Do contrário, se me quiseres para sempre as vezes...

(Frase escrita e apagada num reflexo)

Querer sempre querer
Sempre querer sempre

Faz alguma diferença?!

A ordem dos desejos não altera o sentimento.

sábado, 2 de agosto de 2008

Ê, vamos vadiar!


Tira esse teu véu de vaidade
Assim verá que no céu de tua cidade também tem estrelas.

As luzes artificiais não podem corrompê-las

Te concentra, pode vê-las!

O negror azul do nocturno firmamento
Transporta-me a um sentimento que aqüefaz os olhos meus!

Baixa tua guarda!

Não vim em guerra
Não roubarei tua princesa
Minhas peças e entremeios
Não me são função aqui
No máximo uma embaixada
Pra que eu possa transpor teus limites

Deixei meus pés de serra
Pra cantar noutros reinados
Vou levando o meu reisado
A cantar em outras terras

Se um dia quiser poesia
Abre a porta de tua casa
Teus desejos serão minhas asas
E me trarão até aqui!


Hoje vivendo minhas paixões
Me contento em ser um beijo que errante
Te persegue em sonhos nas cestas
Mas só porque sempre pensas em mim
E reza as canções que te fiz assim
A vadiar pelo mundo

A vadiar pelo mundo
Com essa cruel realidade
Não mais me confundo

E vivo a bradar pelo vento
A saudade de meu amô
Não chore, meu bem não chore
Até pra o ano se nóis vivo fô!

Entrelendas

E tu, cunhã
Qual mesmo é tua alcunha?
Essa mascara que te veste pertence a qual tragédia não escrita?!

Se eu adivinhasse tua graça
Tu acreditarias que seria pela óbvia semelhança
De você com uma flor, uma rosa, um harbor
E que me a-sombra nessas horas em devaneio?!

... Nas brincadeiras de Reis
Em cantigas e trupés que te encontrei

Óh índia entremês das noites inteiras bailadas!
Óh menina transvestida de sonhos e simbologia ancestral!
Óh meu Cariri de saudades...

Renova minh'alma com o teu poder de cura
Sacia minha sede com teus beijos e seios de mãe d'água
Em todas as luas, antepassadas, presentes e futuras
Coroa minha noite com tuas canções incansavelmente belas
Brinda minhas manhãs com o despertar em teu aconchego
Castiga minhas tardes com uma pequena e ávida ausência tua
Pra só então re-tornar e re-voltar e a-calmar, meus braços
Com a força das aguas de tua natureza
Na presença cósmica de teu feminino inumano
Renascida dos capuchos de algodão dos
 meus sonhos.

Nas próximas horas,
Ao pôr do sol,
Ao som de píferos-pássaros

Nosso amor sagrado desencantará,
E reinará sobre esse mundo, em abundância!