As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 21 de dezembro de 2013

Depoimento

Seria muita pretensão dizer que tenho alma forte, que sou espirituoso, talvez fosse presunção... Atrevo-me apenas a falar que sou delicado, e que meu intelecto é simples, mas, por vezes desaforado.
Meu corpo, esse eu não sei se dá conta do recado. Mas a fragilidade da matéria não me preocupa. Minha voz, que acredito vir de minh'alma, precisa de meu corpo sonoro pra ressonar e tornar-se audível nessa realidade, nesse plano físico. A caixa acústica de meu peito, serve-me para decodificar, traduzir, transformar em música o que penso. E assim então, sentindo antes de tudo, penso que nada disso teria sentido, se não fosse a consciência calma no silêncio, em sua forma apaixonada de declarar o meu amor aos gritos.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Velocidade do Som

Enquanto alguns estudiosos da física atualmente discutem sobre a possibilidade de algo no universo poder mover-se mais veloz que a luz, eu e meus amigos MicaelDiogo e Pedro, depois do ensaio do mohandas, conversávamos que o espaço-tempo é relativo ao som, que a música faz com que por exemplo, o tempo passe muito mais lentamente, e/ou que o espaço seja transformado, se assim criarmos essa atmosfera. Eu cantava algo assim no Calendário (disco de 2007). Num futuro passado, futuro presente. Deslocamento, saudade e reencontro... Assim, a paixão poderia estar enquadrada na química quântica.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Citadino

Preenchamos esses vazios coletivos das ruas dos centros
Dançar, cantar... Silenciar os sons desordenados da metrópole
Recompor esses nós urbanos, transformando amarras em mãos dadas de cirandas e abraços
Sentar, brincar nas praças, alimentar-se da matéria dos sonhos,
Feito pipoca colorida ou algodão doce
Comer o tempo, os tempos, os temporais, inventanias que sejam,
Entre chuvas, sóis e ventos, descobertos, recebendo os elementos de alma nua e corpo aberto.

Degustar com amor, calma e sabedoria, a existência
Que brota nos jardins invisíveis bem à nossa frente