As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sexta-feira, 30 de março de 2012

Eu sou mulher

Sim, és mulher
E sei que não é fácil
Vives assim a carregar prazer,
As vezes disfarçado em dor
E tens o direito de ser o que quiser!
Trazer consigo toda história
Muita coisa pra contar.
Viver o que me for preciso
E seguir o caminhar
Ouvindo o vento
E suas canções
Que nos ensina a cantar
Isso é amor.
Mulher.
Sonhar
O máximo que possas
E mesmo quando não,
Sei que lhe sobram forças no coração
E delicadeza na alma
Pra ser e fazer o que quiser
Viver impossivelmente
Apaixonadamente
Mas só porque és mulher.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Noctívago

Respiro o silencio da noite
Entre ruídos entrecortados, suspiro
Insone sinto, ando penso

Intenso
Entre goles
Tragos
Passos
Compassos
Canto

Pelas esquinas
Pelos cantos
Me revolto
Me desfaço
E me re-componho...
Sigo assim
Meio desviolado
Ao relento

quarta-feira, 28 de março de 2012

Admitindo

Os versos que ela me deu
Eu aceitei, e musiquei, e cantei
Lhe devolvi, ela sorri, eu brinquei.
Ela falou que estava tudo lindo
E sonhou. Lacrimejou felicidade
Mas, em seu olhar, me parecia
Ainda lhe faltava algo a ser vivido,
De repente, que minha voz lhe soasse
Como um delírio, atrevido.

Enfim, ela admitiu que sente
Mas que não sabia bem
O que era tudo aquilo,
O que foi tudo isso,
O que é, o que seria...
Minha aparente dúvida
Talvez, a incomodasse
Mas tanto mistério
Lhe instigava

Eu falei que não tivesse medo
Porque sentia o que acontecia
E assim, quem fica, quem vai?
Ela passa? Passo eu?
...Passo a passo
Vidas, outras
Mas tudo isso é relativo, não é?
Então, aqui estamos.
Pra onde vou?
Pra onde vais?
Pra onde?
Vamos?!

O que permanece, se não o perfume?
Na alma, a paixão, no vento
O cheiro da poesia rompendo o tempo
Insistindo (que em casos assim)
A razão é que menos importa

segunda-feira, 19 de março de 2012

Silêncio II

Que a minha saudade lhe seja confortante.
Como um silêncio indesejado, gritante.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Olhar (Tempo III)

Tua expressão, tenho impressão, foi o que me apaixonou
Tua beleza, não tenho certeza, mas acho, foi o que me dominou, e libertou.
E hoje, pensar, e lembrar, e sentir, que nossa arte, pode resistir
As voltas que o mundo (nos) deu, sem parar, no tempo, 
Transformou-se, adaptou-se, mas não perdeu a sua essência
Nos uniu, nos afastou, foi cruel, nos excedeu,
Nos levou, e nos devolveu, a inocência,
Agora, travestida, e chamada, de consciência.

Caboclo de Asas

--> Sigo a voar pelo mundo
Acompanhando o sol no eterno meio-dia

Mas num espaço de sonhos
Onde as poesias do tempo são de nossa autoria

Pouso no Araripe
E ao aterrizar nos teus olhos
Logo me toco, Cariri que sôo e te realizo.

Minha artesã-nata-canção!
De terra, semente e esperança
Adivinho o que virá pela frente
Como um ritual de pajelança

Logo te toco
E me realizo...

E então somos verdade
Adivinhada
Anunciada
Escrita e cantada

À duas vozes, e quatro mãos
Beijos ofegantes
Transe, paixão

Minha centelha
De luz da Mãe D'água
Meu amor guardado
Em capuchos de algodão

Sou um caboclo de asas
E minhas flechas de fogo
São profecias Cariris
Rasgando a tristeza
E a maldade do mundo

Realizando-nos!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Já passou

Não meu amor
Não é nada demais,
Só me dê um tempo a mais
Pr'eu sentir a minha dor.
No próximo sorriso seu
Já passou

Minha mágoa
É como uma flor num vaso d'água,
Que mesmo com todo cuidado
Tem seus dias são contados,
E quando damos fé,
Já murchou

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tempo II

Me dei a ti

Como um pássaro da-se ao céu
No tempo certo, em que maduro, o abraço fez-se, me envolvendo
E tua arrogância se perdeu nas pedras do caminho
Menina, tu, escrava de tua beleza
Cresceu. Mulher, descobriu a força da alma feminina
Libertou-se dessa ilusão
Aprendeu a ler nos astros, teu caminho
A pré-sentir na natureza, teus desejos, os meus
Deu, doou-se a mim, nas fases e marés de teu peito
Iemanjá, Oxum, Iara, Mãe D'água
E toda tua essência das águas.
Saciou minha sede, minha fome
Alimentou minha poesia,
Dando força de encantamento aos meus nomes,
Por isso hoje, talvez, minha palavra fale cantando
Sigo nessas correntes, navegando
E minha natureza dos ventos,
A rosa que aceitaste,
Sempre em mim, renasce

Porque me deste a ti
Em tua onipresença.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Insone

Ela chega
Chega a noite
E se não me engano
Ela me falou sem desengano,
Que o seu sono não chega, não.
Mas que bom que mesmo sem dormir
Os sonhos nunca deixam de nos vir
(As vezes, pra mim, em forma de canção)
E ficam sonambulando, confabulando
Sintonizando,
Alma, mente e coração

quinta-feira, 8 de março de 2012

Esperança (Nosso Tempo)

O passado me falou que o futuro, como imaginamos, talvez se atrasasse um pouco, mas, que ele chegaria ainda a tempo, e com um belo presente pra nós.

Feminino

Mulher, o que posso te dar,
Não posso te dar, porque nunca foi meu.
Uma vez que sempre foi tua, minha inspiração.
E assim, a poesia viva do meu coração
(Nunca foi minha) Sempre a ti pertenceu.

Vinho

Vem aqui
Trague um trago
Faça aqueles seus estragos
Fique a vontade pra falar de seu passado
Que o vinho e nossa idade, nos trouxe a trégua.

Sim, podemos dançar,
Qualquer dança!
Um tango, um dance, qualquer algo que nos dê nuances
Sim, podes cantar! Livre!
Pois seu canto sempre me encantou
Atuar? Sim! Como quiser.
Da forma que sentes, e que deves. E podes, e deves!
Meus sonhos?!
Ah... Meus sonhos sempre foram tantos...
Imagino que também os teus, não é?
Pelo jeito valeu a pena acreditar,
Pois só os sonho que se sonhamos
(Independente do que acordamos)
Estão a nos realizar

Sua culpa!

Era pra ser só um beijo,
Simplesmente
Mas você, como sempre,
Transforma tudo
Em uma grande poesia
Agora tenho que ficar
Passando na sua cara,
Meu sorriso e olhar cantando!
As horas de alegria boba, incansável, inconsequente.

E nem venha com essa de que estou sonhando! Não senhora!
Porque na realidade, você sabe que no fundo, sei que não.
E adoro quando você recicla minhas mágoas,
E faz essas tempestades em copos d'água
Joga fora meus papéis, desafia minha ignorância
E vem me falar de consciência, mas sempre de uma forma tão viva...
Tão simples
Tão você...

Minha felicidade,
É tudo culpa sua!
O que posso fazer?

sábado, 3 de março de 2012