As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Cruz de Estrada

Repetimos os planos, mas
Continuamos a sofrer desnecessariamente...

E se hoje fizéssemos tudo diferente?!

Exorcizaríamos o passado
E como uma cruz de estrada
Deixaríamos os nossos nomes
Fincados numa triste realidade
Presos

Como os santos que perderam a cabeça
Lutando por necessidade,
Perdidos entre o amor-Deus e a vaidade humana
Numa verdade relativa demais pra ser verdade
Nesse vale de lágrimas, caminhando em círculos
Dependentes da fé e orações desse mundo ateu.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Encruzilhada

Se os caminhos mudaram
Continuo no mesmo objetivo
Vejo as coisas igualmente diferentes
Como os sonhos e suas sementes
Como a velhice que alegre sorri sem dentes

Eu não desisto no destino que nos resta!
Infinito sôo, suo. Sou a dor que minha santisse manifesta
Rasgando a carne cedo ou tarde essa afiada disciplina
Me fará pressentir tua presença dissonante
Em sua inconfundível forma de falar cantando.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Insônia


A horas que eu temo não dormir
E o sono não vem
E o sonho não tem
Por onde acordar

Num reflexo de auto-piedade
Penso em tudo o que já fomos!
A essa altura meus olhos andam fechados
Mesmo assim ainda não durmo
Mas me envolvo com um som noturno de solidão
Daqui pra frente esses versos não são tão meus
E ao nascer do dia já serão poesia

Por tua causa...

Alma Cigana

A paisagem muda, me oferece um sentimento
Eu canto e me faço cinza num desencarno poético

Ao renascer, vejo minha voraz-rural-cidade
Envolta em uma áurea de luz verde
E meus sonhos se refazem à-vontade
Alegres soando num intervalo menor

Aguardando que uma ponta de sol possa colorir-me
Para que num sopro, essa distância já não nos divida.

Estou perdido em um universo qualquer de ansiedade
E sem esperar as velhas rimas de sempre, nem as de nunca
Eu lhe poemo!
Em tudo o que pude viver e sentir ao teu lado, perto ou longe de ti.

Já nem me tenho piedade, e essas dores, como flores, me reencantam.

Meu peito se acalma, se espalha,
Mas não se engana
Sou uma alma cigana
Dançando ao cantar.