As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 18 de abril de 2015

Diálogos

Quando dei por mim
Estava à mesa
Em algum lugar
Entre Caetano Veloso e Russo Passapusso
As conversas, os assuntos atravessados
Entrecortados, aos sussurros e gritados
Esgoelados
A marcha engasga do ônibus
O bondinho não passado
A aniversariante sorridente embriagada
Os amigos cantando mais que o cantor
O violão tocando tanto quanto o tocador
Toda aquela algazarra era uma canção
Todo o dito barulho era uma harmonia
E eu sabia que até amanhecer o dia
O silêncio seria impróprio
Para os desejos mudos que atravessavam a mesa
Falavam os nossos olhos
Uma língua qualquer desconhecida
Por todos
Só entediamos e dialogávamos amor
Eu e ela, sem palavras
Assim foi a nossa primeira conversa

Orgulho

Está tudo certo...
Foi tudo resolvido...
Mas, as vezes caminhando
Fecho os olhos
E vou além do que poderia estar sonhando
Penso que por um momento
Ao abrir os braços
E esticá-los em minha frente
Agarrarei o espaço
E tomando-o pra mim, abraçado a gravidade
Viajarei no vento
E voltarei até o segundo
Em que demos um tempo
Por vaidade
orgulho
Imaturidade...
Não
Por necessidade.


Rota

A minha solidão
Se faz e se desfaz
Na tua solidão

Enquanto o silêncio dorme
Despertamos ao pressentir 
Um amanhã disforme
Formando-se e levantando-se
Sem saber o porque
Da estrela incandescente 
Nem tão perto e distante 
Que nos possibilita a vida.
Tão perto e distante
Da quinta dimensão.
Se todo esse amor é apenas
Uma invenção
Desisto também de escrever 
Qualquer algo mais 
Que esteja além de minha razão
Já não me basta o porque
Da não canção
Me concentro e revejo a rota
De onde vim - viemos
Onde estou - estamos
Pra onde vou - vamos
Sigamos caminho
De três pontos no universo
Outras vidas
Outras formas
Paralelas
Num feixe de luz
Todas as cores
Vivas
Vidas

terça-feira, 7 de abril de 2015

Teoria da Inspiração


Poderíamos evitar os termos bélicos...
As atitudes rudes, agressivas
E nesse momento de transição
Entre o velho e o novo momento
Apenas defendermos-nos
E impor, expor o olhar, a alma
Jogar fora o peso do escudo e da espada
O não ataque é a melhor defesa.
Não ignorar, encarar os pensamentos maus
Assumir os sentimentos ruins
Para transpor, que assim seja, nossa humanidade
Estas forças existem e se manifestam em nós
Fazem parte de nossa composição e energia
Matéria organica inorgânica,
Priorizemos o amor
Essa forma de infinito
Inexplicável e simples
Como o universo
Paralelo, côncavo ou convexo
Todos são românticos versos
Cantados pelos menestréis errantes
Que montam estrelas cintilantes
A elevar e mergulhar na escuridão
Faróis de fé em esperança
A oralidade, a singularidade
Das mensagens orações
Em forma de canções
E poesias quânticas