As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

sábado, 1 de outubro de 2022

À Noite

Eu sei o que excita

O que te apaixona

E que te aflita


Eu sei o que te envaidece

O que te apetece

O que te irrita


Eu sei o que te enfurece

O que te dói

O que te grita


Mas teu amor é confiança

É cuidado

É aliança


Venha cá

Vou aí

Pra te alegrar

Pra te ver sorrir


De tudo o que podemos ter

Nada é mais belo


Fica tranquila

Mesmo que eu vacilasse

Que eu tropeçasse

Que eu caísse


Eu sei que você sabe

Eu sei que você sabe

Eu sei


Que a tua voz ressoa em mim

Como o clarão da lua

A luz da alvorada

Como o vento na calçada

Varrendo as folhas

Como o suspiro na madruga

Desabrochando a noite

Em nossa caminhada


Dorme bem, meu bem

A canção nos acalentará 

A poesia nos libertará

Como anjos dos Campos Ricardos

Nas cores que nos convém

Os juazeiros nos protegem

Aliviando os nossos fardos

Para sempre, amém

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