As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Canção do Náufrago

Como estás?

Que é feito de ti?
Sonhei contigo este fim (de semana)

Numa vida passada,
Foi belo mas muito triste também

Fiquei com um aperto

E um tanto preocupada 

A querer saber como estás

Assim do nada

Conto coisas ti

Como quem resguarda um beijo
Falo de ti, com uma saudade

Que está mais pra um desejo

Estás bem?

Passa se alguma coisa?
No meu sonho chorava 

De peito de aberto mas apertado
Sonhava que tinhas partido

E naufragado

Num mar imenso

Mas a imagem que via

Era tu a sorrir, 

E eu a ver te la dentro das águas
Meio estranho, inteiramente bonito

Como quem não tinha mágoa

Sim, claro, era triste

Mas bem poético
Acho que até tinhas

Um acordeão nas mãos

Me parece que cantavas

Uma canção

Estaria menos tensa

Se estivesse a te abraçar

Ou a rezar pra ti, pois,

Parecias até um ser das águas.

Diziam que tinhas se afogado
E pensei que poderia ser verdade

Porque não nos sentíamos

Há muito tempo
Mas se sobressaia

Essa imagem do sorriso

De dentro das águas
Como uma canção

Reverberando e batendo no corpo

Em sonoras ondas

E silêncios

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