As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Esse sou eu!

Você não percebeu?
São as mesmas palavras, sempre
Soando como carrilhões insistentes
Todos os dias em mil vidas passadas
Hoje presentes em mim, sentes?!

Quem é você com essa voz de destino?

Esse sou eu!

Ensurdecedor como o teu silencio!
A lembrança que rege os anos coloridos
Das sagradas horas em que lhe escrevia.

Já era tarde...

O mundo dormia
O Cariri sonhava
Era noite, eu cantava
Você lacrimejava e sorria.

Sim!!!
Esse sou eu!
O mesmo que te trouxe o perigo e a salvação
Um romeiro antes sem direção
Sem benção, sem padrinho
Entoando benditos
Cabelo e barba esquisitos
Como a branca e azul melodia em questão

Esse sou eu!
Eu sou o mesmo, sempre fui!
Não escrevi palavras sem sentidos!
As abreviações nos desejos é que mudaram.

E mesmo que pra você, a cada dia eu tivesse sido um, não importa
Só vou vivendo a certeza de minhas linhas tortas
Sem medo.

Por que em cada um de nós, sempre houve muita mudança!
Os sonhos anunciavam os dilúvios, mas, inevitavelmente
A calmaria sempre vinha depois das tempestades!

Ainda espero os dias contados nos dedos apontando o céu.
As constelações reaparecendo nas órbitas de meus olhos
Mostrando os caminhos da felicidade prometida.

- Você me teme, porque sabe que trago-lhe uma certa segurança.

Entre a alma e o corpo
Tudo são desejos
Pausadas, minhas palavras, e suas virgulas, na sua língua, são beijos,
Um ponto final de uma fase
Anunciando o inicio de um novo contexto.

Não recordo-me de ter sido outros com você!
Mas lembro-me de ter deixado contigo um olhar que talvez não te sirva mais
Como as profecias que não se realizaram, ou nossos irmãos que não desencantaram
Como as pedras que não evoluíram em areia ou cantaram
Como o sertão que nunca virou mar, ou o mar que nunca virou sertão.
Como a branca e azul melodia em questão, e tudo mais o que ainda não deciframos.

10 comentários:

Anônimo disse...

Nessa inconstante malemolência de moço esperto,atento vai se fazendo a vida!
Não sei se na beleza das curvas de sua rima,mas talvez na mesma intensidade!
É sempre tão bonito seus escritos!!!!

Marianna

Anônimo disse...

UAAAAAAAAAAALLLLLL!!!!! SIMPLESMENTE INEFÁVEL!!!!!
Alê

Anônimo disse...

Oi menino poeta! Seu blog tá na lista dos 15 blogs que recomendo aos meus leitores. Não é novidade que adoro o seu trabalho mas achei que seria legal avisar. Beijo. Aninha

Daniel Coriolano disse...

posso postar essa no questio facti?
http://questiofacti.blogspot.com/

Unknown disse...

Esta com certeza irá se tornar uma constante na minha vida. Ô novidade...... rsrsrs

Clayton disse...

Geraldo, me chamou a atenção a imagem do passado que não sai da frente dos olhos: o passado presente.

Viajei nisso, o que me fez lembrar de O Passado, filme do Babenco.

Abração

Unknown disse...

! A cada visita sempre uma nova sensação!

Naiane Andrade disse...

belíssimas palavras.Senti-me afetada.Continue assim: sensível.
Abraço

Belisa Parente disse...

Que bonito, poeta!

=)

Anônimo disse...

Agradeço o carinho, pessoal!
BJs pra todos!