As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 12 de novembro de 2017

Leve

Levo a inspiração
O ritmo, as batidas do teu coração
Deixo um pouco da minha voz em teu corpo
Por onde passeei quando beijei teu rosto
O som na língua nas mãos
O bailado fino da tua dança
O encantamento de quando te toquei as pernas
Como se fossem meu violão

Deixo um tantinho assim dos meus desejos
Como se fossem desvendados segredos
Dedilhados do pescoço até o tendões
No desenho de tuas costas
O antigo mapa e a rosa dos ventos
Tatuados em tuas costas e braços

Onde descrevi essa canção

Por fim, a parceria, a troca
Deixei muito contigo
Deixaste tanto comigo
E decifrando meus próprios versos eu sigo
Em todo impossível amor que de tão antigo
Nos círculos de vida morte e ressurreição
Sempre foi tão honesto, tão íntimo, tão amigo

Transmutamos como lagartas em borboletas
E as vidas seguem sua evolução
Não tivemos nada e tivemos tudo
Música, dança teatro e poesia
Como um reisado

Que vara a noite e rompe o dia

Tudo se funde se confunde
Ancestralidade
-Ritual-
Paixão

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