As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

São Paulo vai virar Sertão

Numa noite como esta
Quando não estou a tocar
Mesmo com o corpo cansado,
Em minha mente não descansam os sonhos
Os sonhos nunca dormem...

Penso na relatividade do vento.
Nas horas seguindo em seu curso…

O cigarro se apaga
O frio me envolve
E como o abraço desconfortável de um inimigo
Temo uma incerta confusão das células
Tento compor essa canção
Na ânsia de evitar uma tensão nos órgãos
Pela coincidente falta d'água
Em meus olhos,
Em São Paulo,
Na metrópole
No sertão,
Hoje desconfio, tanto faz,
Se não nos chovesse
Se não me viessem as lágrimas
Não seria por falta ou excesso de vontade
simplesmente
Seria por falta de esperança.

Por isso, sempre que posso
Guardo comigo lembranças
Porque elas me fazem sentir
Tudo o que preciso
Quando, mais, ou menos, preciso
De motivos pra continuar dançando
Por um mundo, uma vida, ou pelo menos
Por uma madrugada melhor
Em seu silêncio, suave, belo e aterrorizante.

Sinto minha alma transfigurar-se
Num pulsar quântico 
O corpo físico, máquina, 
Processando uma nova melodia
Iniciando um novo batimento
Um lugar mágico em que descubro
A harmonia que me faltava
Então os sonhos tornam-se reais
Ali, nesse não lugar, rodopia uma bailarina
Vestida de Rainha-Eu
O reisado agora é aqui
E todas as figuras e entremeios
Brincam em meu peito


Nenhum comentário: