As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 24 de setembro de 2019

O Golpe

Por isso a gente dança
Em meio à tempestade
Transgressora bondade
Além de nascer-morrer
Infinitos eu e você
Pelos sertões da cidade

Não ha sentido em viver
Sem fazer poesia e lutar
“Hay que endurecerse,
Sin perder la ternura jamás”

É como não cantar e viver
Com o medo da má sortei
É como não falar da morte
Esperando não morrer

É como temer amar
Por não se achar forte
É como estar numa ditadura
E não poder gritar: Foi golpe!

O Amor, amor, amor
Amor, amor, amar
Sempre existe poesia
Onde dizem: Não há!

É como ver o mundo ao avesso
E preferir não sonhar
Se olhar no espelho
Num pesadelo de não acordar

Eu poderia só entreter
Cantar por cantar
Mas não! Continuo a viver
Sem temer, a morte
Insisto em acreditar
Que existe poesia
Onde dizem: Não há!

Amar é singularidade
É ter coragem, e claro,
Resistir sem medo:
O Amor, amor, amor,
Amor, amor, amar
Sempre existe poesia
Onde dizem: Não há!

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