As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

CAMINHOS

Seguindo o trajeto de minha infância

Na estrada de ferro

Entre o Crato e o Juazeiro

Gonzagueando, eu vou e faço

Um blues pra o meu bem.

Ao descer eu a levo.

Na primeira-ultima estação

Começa a neblinar

O vento sopra carinhosamente

E recebo uma mensagem de amor

Mas não era uma mensagem comum

De um querer qualquer

E mesmo que fosse de qualquer amor

Qualquer forma de louvor

Ja seria uma bela forma de religião,

De inspiração pra seguir cantando.

Dançando com a orquestra estereofônica

Nos meus fones de ouvido

Assim, abestalhadamente

Me pego sorrindo pra o tempo

E vejo na paisagem teu rosto

E se isso não for uma poesia divina,

No mínimo, as divindades estão de prosa comigo, e isso é espiritualidade.

E como num filme francês

Numa composição que transcende Caetano

Eu te respondo a mensagem

E na próxima cena

Já estamos juntes

Celebrando a vida

Falando de ciência e magia

Arte e política

E não há distância

Ou desamor inventado

Apenas um abraço

Tão verdadeiro, tão maior

Que qualquer descrença

Desavença

Ou vazio

Discurso de ódio.

Preenchemos a vida

Com amor





Nenhum comentário: